O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Tem como objetivo aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer.
O novo tema de três anos do Dia Mundial do Câncer - Close the care gap - abordará as barreiras que impedem as pessoas em todo o mundo de terem acesso aos cuidados fundamentais para o controle do câncer. Em 2022, a data apresentará a importância da equidade no controle do câncer, com programação no site do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Mas afinal: o que seria equidade em saúde? Equidade é um dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem relação direta com os conceitos de igualdade e de justiça. No âmbito do sistema nacional de saúde, se evidencia, por exemplo, no atendimento aos indivíduos de acordo com suas necessidades, oferecendo mais a quem mais precisa e menos a quem requer menos cuidados.
Em estudo conduzido no ambulatório de Oncologia da UFMG (Vieira CM e colaboradores), ao entrevistar pacientes para que receberam indicação de tratamento de câncer com quimio e radioterapia, dos 73 entrevistados todos relataram barreiras para realizarem o tratamento proposto. Em 1º lugar, sendo citado por 60% pacientes, dificuldades no transporte, seguidos de medo do tratamento (56,3%), falta de suporte social (50,7%), dificuldades de compreensão/comunicação com a equipe de saúde (40,8%), problemas financeiros (35,2%), questões trabalhistas (31%), alfabetização (21,1%), entre outros.
O princípio da equidade também norteia políticas de saúde, reconhecendo necessidades de grupos específicos e atuando para reduzir o impacto dos determinantes sociais da saúde aos quais estão submetidos. Sugiro então que os leitores desta coluna tirem um tempo em 04 de fevereiro para refletirem em como podem auxiliar na diminuição destas barreiras, seja participando de projetos sociais, cobrando posicionamento adequado dos governantes, disseminando informações verídicas e referenciadas sobre saúde (combatendo a desinformação) ou até mesmo promovendo em seu círculo de convivência o estímulo a hábitos de vida mais saudáveis.