Dando continuidade ao mês de conscientização do câncer de próstata, Novembro Azul, convido a doutora Bruna Bonaccorsi, radio-oncologista, para falar sobre a importância dessa especialidade.
Qual a prevalência estimada de pacientes com câncer de próstata nos serviços de radioterapia?
Considerando que a radioterapia pode ser utilizada como modalidade de tratamento em todos os estádios de câncer de próstata, a prevalência dos pacientes nos serviços é altíssima, correspondendo a até 50% dos pacientes em alguns locais que são focados em tumores urológicos. Entretanto, como a maioria dos centros de radioterapia trata diversos tipos de câncer, esta prevalência fica mais próxima de 15-30%.
Quais modalidades de tratamento radioterápico são utilizadas na próstata?
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Novembro Azul: quais são os fatores de risco para o câncer de próstata?Quarta dose de vacina para COVID para imunossuprimidos: há esta orientação?A pandemia e o impacto na realização das mamografiasHá também a técnica de SBRT ou Radioterapia Estereotáxica Fracionada, em que pouquíssimas sessões de radioterapia (em torno de sete) são aplicadas com altíssimas doses.
Pode-se utilizar também a técnica de Braquiterapia, que se trata de uma modalidade invasiva, em que isótopos radioativos são colocados diretamente em contato com o câncer, através de aplicadores inseridos na próstata do paciente. A escolha de qual modalidade de tratamento será utilizada é individual, depende do estadiamento, do volume de doença e até da anatomia do paciente.
Como a radioterapia pode auxiliar no controle de tumores de próstata já avançados (metastáticos)?
Em tumores de próstata metastáticos, a radioterapia também tem um papel fundamental. Tanto na paliação de sintomas causados pelas metástases ou pelo próprio tumor primário, como dor, dificuldade para urinar, sangramento, entre outros, quanto ao controle da própria doença metastática, quando presente em baixo volume (poucos pontos de metástases).
Quais são os principais efeitos colaterais da radioterapia da próstata? Há prevenção ou forma de amenizá-los?
Durante o tratamento, o paciente pode apresentar mais comumente sintomas urinários e gastrointestinais, como diarreia, dor ou ardor para urinar, por exemplo. Esses sintomas são controláveis com medicação e, hoje em dia, com as técnicas mais modernas de tratamento, em raros casos esses efeitos se perpetuam após o término.