Os cuidados paliativos englobam um conjunto de práticas que têm por objetivo proteger as pessoas do sofrimento trazido por doenças difíceis e que ameaçam a vida. Para falar um pouco a respeito, convido a Dra. Sarah Ananda, médica paliativista do grupo Oncoclínicas.
saiba mais
Quando falamos em cuidado paliativo, muitas vezes a ideia que vem à cabeça é de um paciente que está morrendo e não há mais o que fazer por aquela pessoa. É importante desmistificar esse conceito, pois é justamente o oposto.
No cuidado paliativo sempre há o que fazer pelo paciente, porque não existem limites para o cuidado. São cuidados para pessoas com alto grau de sofrimento, seja potencial (diagnóstico de uma doença grave e tem uma jornada pela frente) ou real (quando o paciente está sofrendo), desde o diagnóstico, em conjunto com outros tratamentos, na fase final e se estende também ao período do luto, com o suporte aos familiares e cuidadores.
No cuidado paliativo sempre há o que fazer pelo paciente, porque não existem limites para o cuidado. São cuidados para pessoas com alto grau de sofrimento, seja potencial (diagnóstico de uma doença grave e tem uma jornada pela frente) ou real (quando o paciente está sofrendo), desde o diagnóstico, em conjunto com outros tratamentos, na fase final e se estende também ao período do luto, com o suporte aos familiares e cuidadores.
Um dos pontos fortes dos cuidados paliativos é o reconhecimento do lado humano, além da doença. Ou seja, enfatiza a importância de conhecer a biografia e os valores do indivíduo e tratar cada ser como único.
Em uma pesquisa realizada em 2011 com pacientes de cuidados paliativos, eles mencionaram essas necessidades específicas: "Ser reconhecido como uma pessoa", "Ter uma escolha e estar no controle", "Estar conectado à família e ao mundo exterior", "Estar espiritualmente conectado" e "Conforto físico".
Em uma pesquisa realizada em 2011 com pacientes de cuidados paliativos, eles mencionaram essas necessidades específicas: "Ser reconhecido como uma pessoa", "Ter uma escolha e estar no controle", "Estar conectado à família e ao mundo exterior", "Estar espiritualmente conectado" e "Conforto físico".
Infelizmente, não temos a formação adequada em Cuidados Paliativos em nossa graduação. Temos muito a evoluir nesse quesito e é triste ver a diferença dessa realidade - no Uruguai, por exemplo, 100% das faculdades de medicina contemplam a disciplina de Cuidados Paliativos.
No Brasil, não existe ainda uma formação específica nas grades curriculares em cuidados paliativos na graduação dos médicos ou demais profissionais de saúde.
No Brasil, não existe ainda uma formação específica nas grades curriculares em cuidados paliativos na graduação dos médicos ou demais profissionais de saúde.
Algumas universidades têm a disciplina de cuidados paliativos ou temas relacionados como bioética e tanatologia, mas ainda são a minoria. A ausência de formação específica no Brasil faz com que os estudantes que percebem a necessidade urgente desse aprendizado se organizem através da criação de ligas acadêmicas: atualmente existem no Brasil em torno de 30 ligas acadêmicas de cuidados paliativos e a maioria delas é composta por estudantes de diferentes cursos.
No Reino Unido, por exemplo, desde 1987, a medicina paliativa é considerada uma especialidade médica. No Brasil, somente em agosto de 2011 é que a medicina paliativa veio se tornar uma área de atuação médica, segundo resolução 1973/2011 do Conselho Federal de Medicina.
Em geral, o profissional que tem interesse pela área busca um curso de formação específico como pós-graduação, especialização ou residência médica. A diferença entre elas é que a residência médica, reconhecida pelo MEC, tem uma carga horária prática predominante, enquanto a maioria das pós-graduações possuem a maior carga horária teórica.
Quem opta pela pós-graduação para obter o título na área de atuação de medicina paliativa precisa fazer a prova de suficiência da AMB, além de comprovar experiência prática na área. Já para quem opta pela residência médica pelo MEC já recebe o certificado ao final do período de um ano, e pode cadastrar o RQE na área.
Em geral, o profissional que tem interesse pela área busca um curso de formação específico como pós-graduação, especialização ou residência médica. A diferença entre elas é que a residência médica, reconhecida pelo MEC, tem uma carga horária prática predominante, enquanto a maioria das pós-graduações possuem a maior carga horária teórica.
Quem opta pela pós-graduação para obter o título na área de atuação de medicina paliativa precisa fazer a prova de suficiência da AMB, além de comprovar experiência prática na área. Já para quem opta pela residência médica pelo MEC já recebe o certificado ao final do período de um ano, e pode cadastrar o RQE na área.
Importante enfatizar que, para submeter a prova de título ou em um processo seletivo para residência de medicina paliativa, o médico precisa ter a formação prévia com residência ou título de especialista em uma dessas especialidades: Anestesiologia, Pediatria, Cancerologia, Clínica Médica, Geriatria, Medicina de Família e Comunidade, Medicina Intensiva, Neurologia, Nefrologia ou de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Em Minas Gerais, a Sociedade de Tanatologia e Cuidado Paliativo de Minas Gerais (SOTAMIG) promove um curso anual de tanatologia e cuidados paliativos e há em Minas Gerais cursos de pós graduação em Cuidados Paliativos (presencial e a distância), oferecidos por instituições de grande experiência em ensino, além de vagas de residência médica em Cuidados Paliativos em três grandes hospitais de BH.
Vários paliativistas estão dando aulas de sensibilização e conhecimento sobre o que são os cuidados paliativos em vários cursos de graduação/ligas acadêmicas e dentro das suas instituições de trabalho, bem como em congressos de várias especialidades.
A grande missão é trabalhar a mudança de paradigma do cuidado centrado na doença para o cuidado centrado na pessoa e o entendimento que o cuidado paliativo trabalha e valoriza a vida, mesmo diante da possibilidade da morte.
A grande missão é trabalhar a mudança de paradigma do cuidado centrado na doença para o cuidado centrado na pessoa e o entendimento que o cuidado paliativo trabalha e valoriza a vida, mesmo diante da possibilidade da morte.