Dando continuidade ao Dezembro Laranja, iniciativa que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, convido o doutor Henrique Camilo, cirurgião oncológico da Rede Mater Dei de Saúde e do grupo Oncoclínicas para tirar algumas dúvidas sobre o tema.
1- Qual o papel do cirurgião oncológico no tratamento dos tumores de pele?
O cirurgião oncológico é um dos pilares no tratamento multidisciplinar dos tumores de pele. É responsável por prevenção, diagnóstico, estadiamento e tratamento. Deve reconhecer qual o tipo de câncer de pele em questão, respeitando as singularidades da doença e do paciente em questão. Deve ser capaz de definir, em conjunto com as demais especialidades médicas envolvidas, qual é o melhor tratamento, podendo ser por meio de cirurgia, medicamentos, radioterapia ou mais de uma opção. O tratamento cirúrgico deve respeitar os princípios técnicos oncológicos e o melhor momento de realizá-lo.
2- É comum o cirurgião oncológico fazer procedimentos em conjunto com o dermatologista ou o cirurgião plástico? Como estas especialidades podem se juntar no combate ao câncer de pele?
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Dezembro Laranja e a prevenção do câncer de peleImpactos do distanciamento social para pacientes oncológicos e idososQuimioterapia pode alterar a memória e a atenção de pacientes com câncer3- Quais os principais cuidados após a ressecção de um câncer de pele?
Num primeiro momento, devemos dar atenção à cicatrização das feridas cirúrgicas. Paciente e cirurgião devem estar atentos, a fim de se evitar complicações como infecção, deiscência (abertura indesejada de pontos), sangramentos, seromas, necrose de pele, perda de retalhos e enxertos, queloides e outros. Orientar o paciente sobre os cuidados locais é obrigação do médico para o melhor resultado possível: como e quando lavar a ferida operatória, uso ou não de medicamentos tópicos, exposição solar, banhos de imersão quando retirar os pontos e retornos ambulatoriais periódicos para reavaliação. Checa-se o resultado de anatomia patológica do tumor ressecado, considerando então a necessidade ou não de mais tratamento, que pode ser desde uma nova intervenção cirúrgica, avaliação da oncologia clínica e/ou radioterapia para complementação de tratamento.
4- As chances de recidiva (ou recaída) de um câncer de pele são altas? O que pode ser feito para diminuí-las?
Assim como todo câncer, a recidiva vai depender do tipo de tumor de pele em questão, o momento do diagnóstico, quão completo e adequado foi o tratamento e o acompanhamento do paciente no pós-operatório. Para se evitar essa questão tão indesejada, tanto pelo paciente quanto pela equipe médica, é fundamental o encaminhamento do paciente para um centro oncológico de referência para avaliação multidisciplinar. Lembrando que, após o tratamento, é imprescindível o acompanhamento médico periódico para seguimento oncológico.
Tem alguma dúvida, ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com