Mantendo o tema do mês, Outubro Rosa, voltado para a conscientização do câncer de mama, convido o mastologista do Hospital das Clínicas da UFMG, Dr Rodrigo Otávio, para falar sobre sua experiência em prevenção e diagnóstico deste tumor.
1- Como deve ser feito o rastreamento do câncer de mama?
De uma forma geral, o rastreamento do câncer de mama deve ser individualizado, ou seja, levando-se em consideração a história familiar e pessoal, os fatores de risco e estilo de vida apresentados por cada mulher.
2- Como é realizada a mamografia?
A mamografia é um exame realizado por um aparelho de raio-x , o mamógrafo. Atualmente, a maioria destes aparelhos são digitais, ou seja, a imagem gerada é enviada para um computador e digitalizada, podendo fazer ajustes na qualidade da imagem, como se fosse uma fotografia a ser revelada.
3- Quem deve realizar este exame e a partir de que idade?
Segundo o Ministério da Saúde, a mamografia é recomendada como exame de rastreamento para todas as mulheres, sem fatores de risco para o câncer de mama, a partir dos 50 anos e com intervalo bianual. Em casos selecionados e a critério médico, esta idade de início e o intervalo podem ser modificados.
4- O que quer dizer a sigla BIRADS que encontramos nos laudos das mamografias?
Esta sigla faz parte de um sistema internacional de classificação de laudos de imagem, ou seja, foi criada para facilitar a leitura final dos laudos de imagem por qualquer profissional médico ou da área de saúde. Esta classificação varia de 0 a 6.
5- Quais são os riscos associados à realização da mamografia?
Geralmente a mamografia é um exame muito seguro e que apresenta baixíssimo risco, tanto na quantidade de radiação emitida quanto nas intercorrências durante o exame. Os benefícios superam em muito os riscos. Ela só não deve ser indicada em pacientes portadoras de algumas síndromes genéticas hereditárias onde a radiação aumenta as chances de ter um câncer.
6- Quem tem prótese de mamas pode realizar mamografia?
A mamografia também deve ser realizada nas mulheres portadoras de próteses mamárias, com as mesmas indicações para as sem implantes de silicone. O exame não prejudica a prótese.
7- A ultrassonografia das mamas poderia substituir a mamografia?
Não, pois as principais alterações relacionadas ao câncer de mama, não palpáveis e em estágio mais inicial aparecem primeiramente na mamografia. O ultrassom pode ser utilizado de forma complementar à mamografia.
Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva para mim carolinavieiraoncologista@gmail.com