“Não compra este produto porque causa câncer!" Quem nunca ouviu esse conselho antes? Bom, para iniciarmos este assunto, trago nesta coluna alguns importantes conceitos. O primeiro passo é entendermos como surge o câncer, ou seja, a carcinogênese.
Tudo começa com um dano ao DNA celular, justamente causado por uma substância carcinógena, que pode ser do nosso próprio organismo ou externa e dessa forma a célula perde seus mecanismos de controle e passa a se multiplicar desorganizadamente. Quanto mais esse processo avança, mais maligno se torna, resultando no câncer.
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Mas quais são esses agentes? Um exemplo é o fumo, que contém agentes dos três tipos. Portanto, não existe uma quantidade segura de tabaco, como sempre falamos aqui!
A Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, vinculada à Organização Mundial de Saúde, divide os agentes carcinógenos em quatro grupos, de acordo com o nível de evidência de um agente em relação à carcinogênese. O nível de evidência se refere à confiabilidade das informações e não à chance de um agente causar câncer.
No grupo 1 estão os agentes com alto nível de evidência em relação à carcinogênese, incluindo substâncias como asbesto, arsênico, formaldeído, compostos de níquel, poluição atmosférica, carnes processadas e até vírus como os da Hepatite B/C e Epstein Barr.
No grupo 2A estão os agentes provavelmentes carcinógenos, através de dados em humanos e animais. Aqui podemos citar alguns produtos da fabricação do vidro, do chumbo e do petróleo e até mesmo a infecção por malária.
Já no grupo 2B, temos agentes possivelmente carcinógenos, mas com evidências mais fracas em humanos, incluindo: clorofórmio, gasolina, alguns corantes e medicamentos como fenobarbital e fenitoína.
Já no grupo 2B, temos agentes possivelmente carcinógenos, mas com evidências mais fracas em humanos, incluindo: clorofórmio, gasolina, alguns corantes e medicamentos como fenobarbital e fenitoína.
O grupo 3 aborda agentes não classificáveis quanto à carcinogênese, incluindo: implantes de silicone, medicamentos como espironolactona e prednisona e a maioria dos tonalizantes capilares. E por último, no grupo 4, temos agentes provavelmente não carcinogênicos para humanos.
Esta classificação considera se uma substância apresenta risco de causar câncer. Já o risco de um indivíduo desenvolver câncer leva em consideração não somente o nível de exposição àquele agente, mas também características genéticas e como está a saúde do indivíduo exposto.
Ou seja, pessoas com maior predisposição familiar e/ou saúde mais debilitada (por imunossupressão, má alimentação, obesidade, sedentarismo) podem ter mais chances de câncer quando expostas a carcinógenos quando comparadas com pessoas mais saudáveis.
Ou seja, pessoas com maior predisposição familiar e/ou saúde mais debilitada (por imunossupressão, má alimentação, obesidade, sedentarismo) podem ter mais chances de câncer quando expostas a carcinógenos quando comparadas com pessoas mais saudáveis.
Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com