O objetivo da coluna desta semana é enfatizar a importância do médico patologista no diagnóstico das neoplasias. Todo diagnóstico de câncer passa pela biópsia ou a retirada do material, onde esse médico especialista redige um laudo anatomopatológico, que auxilia na determinação do melhor tratamento pela equipe assistente. Para falar sobre a formação do patologista e sua atuação na oncologia, convido o Prof. Dr. Renato Laboissière.
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Embora o médico patologista não atenda diretamente os pacientes em consultórios ou no ambiente hospitalar, ele é peça fundamental da equipe multidisciplinar, responsável pelo diagnóstico e conduta a ser tomada em cada situação. Ele está presente na emissão de laudos em exames de citopatologia, como o Papanicolau, nas punções de tireóide, mama, linfonodos e outras lesões. É também o responsável pela análise de biópsias e materiais obtidos em cirurgias. Outro papel do patologista é a autópsia, exame realizado para investigação da causa da morte.
Em relação ao câncer, o médico patologista é o profissional que irá definir o diagnóstico dessa doença, incluindo o tipo de câncer e outras características utilizadas para definir o prognóstico e a conduta em cada caso. Dessa forma, é um grande aliado do oncologista na definição do melhor tratamento para cada paciente.
Partindo do pressuposto que uma neoplasia seja um distúrbio da proliferação das células, esse crescimento celular patológico pode ser reconhecido ao microscópio pelo patologista, que deverá saber distinguí-lo de uma multiplicação normal das células. Além disso, por meio da visualização de diferentes características celulares, o médico patologista poderá definir melhor o comportamento dessa neoplasia, se benigna ou maligna (câncer).
Sabemos que nem todos os tipos de câncer comportam-se da mesma maneira, sendo também papel do médico patologista identificar padrões microscópicos associados à maior ou menor agressividade dos tumores. Dessa forma, pela análise realizada por este profissional pode-se prever melhor o comportamento de um câncer e, inclusive, optar por diferentes formas de tratamento.
Existem características analisadas pelo patologista que podem sugerir resistência ou susceptibilidade do tumor ao uso de algum medicamento quimioterápico ou outra forma de tratamento. Essas análises podem envolver a identificação de proteínas ou genes a partir de metodologias complementares, como a imuno-histoquímica e técnicas de hibridização, também sob responsabilidade do médico patologista. As informações presentes no laudo emitido por este médico podem, assim, nortear as escolhas feitas pelo médico titular na assistência ao paciente.
Durante o tratamento do câncer, o patologista também é peça chave no acompanhamento dos pacientes em eventuais rebiópsias e análises citopatológicas que ajudarão a definir possíveis mudanças na terapêutica.
Por fim, é importante frisar a importância desse profissional no diagnóstico precoce do câncer e das lesões que antecedem o câncer (lesões pré-malignas). Tumores diagnosticados em estadios iniciais normalmente possuem maiores chances de cura, o que reforça ainda mais o papel do patologista no combate ao câncer dentro de uma equipe especializada."
Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com