Coronavírus e o câncer: como deve ser o tratamento na pandemia

Que medidas podem minimizar as chances de infecção nas pessoas com essa doença

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(foto: Clker-Free-Vector-Images/Pixabay )

Nos últimos dias, pacientes oncológicos e seus familiares têm apresentado muitas dúvidas em relação ao coronavírus. Não tenho aqui o intuito de fazer uma revisão sobre o tema, mas sim de esclarecer algumas particularidades em relação a esse vírus e os tratamentos para o câncer.

A infecção por esse coronavírus, que teve início na China, foi considerada uma pandemia por estar amplamente disseminada. Os sintomas clínicos mais frequentes são respiratórios (tosse, dor de garganta), além de febre.

A disseminação da doença também ocorre por meio respiratório  (tosse, espirros), porém gotículas podem permanecer em objetos, daí a importância da higienização (especialmente de celulares).

Entre as doenças que podem estar associadas a uma forma de infecção mais grave temos o câncer, pois não somente os tratamentos, como a própria doença em si podem causar alterações na imunidade do paciente.

Entre os pacientes oncológicos com maior risco de alterações na imunidade podemos citar: os que estão realizando quimioterapia, os portadores de tumores hematológicos (linfomas, leucemias) e aqueles submetidos a transplante de medula óssea.

Todas as pessoas, independentemente do câncer, devem otimizar as lavagens das mãos (até o punho) por 40-60 segundos, várias vezes ao dia, além da higienização com álcool 70%.

Etiqueta respiratória também deve ser adotada, consistindo em cobrir totalmente a boca e o nariz ao tossir e espirrar (e se afastar ao máximo das pessoas quando possível). O distanciamento social, com todos evitando aglomerações e se abstendo de contato físico (abraços, beijos, aperto de mão) também é muito importante.

Suplementos vitamínicos e soros milagrosos não tem papel nem na prevenção nem no tratamento da infecção. 
 
Em relação aos pacientes com câncer, devemos restringir as visitas no domicílio assim como saídas de casa, abolindo contato com cuidadores com sintomas respiratórios. As saídas de casa dos pacientes com câncer devem se reservar a atividades estritamente necessárias (consultas médicas por exemplo).

Atividades como: ir ao mercado, farmácia ou banco devem ser realizadas por outro membro da família, de preferência um que não seja idoso. Pacientes que forem a centros oncológicos devem fazê-lo com apenas um acompanhante e que não tenha nenhum sintoma gripal. 

Até o momento, não há recomendações para que pacientes sem sintomas infecciosos interrompam seus tratamentos. Em relação a cirurgias oncológicas, caso se trate de tumores malignos para os quais o atraso no procedimento possa afetar as chances de cura ou piorar o controle da doença, o mesmo deve ser mantido.

Já no caso de tumores benignos, cânceres com crescimento lento que não ameaçam a vida dos doentes (ex: câncer de pele, exceto o melanoma) ou cirurgias reconstrutoras, o paciente deve programar junto ao seu médico o adiamento da cirurgia.

No caso de dúvidas, é sempre importante entrar em contato com a equipe que acompanha o paciente, para uma orientação mais segura. 

Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com