Como o câncer e o tratamento da doença afetam a saúde oral do paciente

Entenda a importância do acompanhamento odontológico na oncologia

Pixabay
(foto: Pixabay)

O tratamento do câncer deve envolver uma equipe multidisciplinar e é altamente recomendável que um odontologista (cirurgião-dentista) esteja inserido. O cirurgião-dentista desempenha papel fundamental antes, durante e após o tratamento oncológico.

 

O ideal é que todo paciente que vai iniciar quimioterapia ou radioterapia passe por uma avaliação odontológica antes de começar esses tratamentos - em tumores de cabeça e pescoço, esta avaliação é mesmo imprescindível.

Nesta avaliação inicial, o dentista poderá identificar e remover algum processo infeccioso que possa piorar durante o tratamento oncológico (por alterações imunológicas). Este processo pode englobar desde limpezas de tártaro, abordagem de cáries ou em situações mais complexas, até extrações dentárias. As orientações também podem levar a melhora na higienização e prevenção de novos processos infecciosos.

Após iniciado o tratamento oncológico, podem ocorrer diversas alterações bucais, que variam conforme o tipo de câncer, idade, doenças pré-existentes e esquema de tratamento indicado. A quimio e/ou a radioterapia provocam manifestações como:

 

- xerostomia (“boca seca” por diminuição da produção de saliva);

- mucosite (inflamação da mucosa oral, incluindo dor e até aftas);

- infecção fúngica (candidíase) e viral (herpes).

 

Essas manifestações podem trazer incômodos e até atrasos no andamento do tratamento. Um diagnóstico precoce destes quadros proporciona recuperação mais rápida e menor risco de complicações.

No caso da mucosite por quimio/radioterapia, por exemplo, a utilização de laser pelo odontologista costuma ter excelentes resultados. A laserterapia é um tratamento realizado por um estomatologista – dentista especializado em doenças da boca. As aplicações de laser de baixa potência aumentam a microcirculação local e restabelecem a produção da energia celular, promovendo a cicatrização e a ação anti-inflamatória e analgésica no local da irradiação. Este procedimento consta inclusive no rol da ANS e também está disponível em vários serviços oncológicos do SUS. O tratamento com laser é rápido, indolor, seguro e não apresenta efeitos colaterais quando realizado corretamente.

Mesmo após finalização do tratamento oncológico, o paciente deve ser observado, pois a mucosa oral demora um tempo para se recuperar completamente. São recomendadas, portanto, visitas periódicas ao dentista e o paciente deve manter cuidados na higienização.

Tem dúvidas ou quer sugerir um tema? Escreva pra mim: carolinavieiraoncologita@gmail.com