Como já abordamos nas colunas anteriores, metástase é quando o câncer se dissemina para outras áreas do corpo, ou seja, as células cancerígenas se disseminam e formam um novo tumor em um órgão longe do sítio primário. Por exemplo, no caso de uma metástase de câncer de estômago para o fígado, não estamos falando de um câncer de fígado (hepatocarcinoma) e sim de uma ramificação hepática do câncer gástrico original.
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Este fato é muito importante, pois leva a um diferente direcionamento do tratamento, que incluirá, na maioria das vezes, medicamentos ativos para o câncer de estômago, que foi a “raiz” do
problema.
Antigamente, os pacientes não viviam muito tempo com câncer metastático. Com a descoberta de tratamentos mais eficazes, mesmo que não seja possível a cura de um câncer metastático (que pode ser uma meta difícil de se atingir) podemos conseguir bons resultados, ajudando o paciente a viver da melhor maneira pelo maior tempo possível.
Gostaria de lembrar que doenças crônicas, como diabetes e insuficiência cardíaca (entre outras), muitas vezes também não podem ser curadas, mas são direcionados esforços para que os pacientes atinjam o melhor controle possível.
Dando outro exemplo: a maior parte das pessoas que vivem com HIV e seguem o tratamento adequado conseguem atingir a chamada “carga viral indetectável”. Mesmo sem evidências clínicas da doença, não é dito que esses pacientes estão curados, pois o controle (ou remissão da doença) se deve ao tratamento e cuidados contínuos, que devem ser realizados por toda a vida da paciente. O mesmo pode acontecer para um paciente com câncer que venha a ter bons resultados com o tratamento oncológico proposto.
Dando outro exemplo: a maior parte das pessoas que vivem com HIV e seguem o tratamento adequado conseguem atingir a chamada “carga viral indetectável”. Mesmo sem evidências clínicas da doença, não é dito que esses pacientes estão curados, pois o controle (ou remissão da doença) se deve ao tratamento e cuidados contínuos, que devem ser realizados por toda a vida da paciente. O mesmo pode acontecer para um paciente com câncer que venha a ter bons resultados com o tratamento oncológico proposto.
Temos que lembrar que o câncer não é uma doença única, portanto, características tanto do paciente quanto do tumor influenciam nas decisões de tratamento e na probabilidade do mesmo ser ou não eficaz. Algumas alterações no DNA do paciente ou do tumor, quando presentes, podem auxiliar na escolha dos medicamentos e aumentar as chances de sucesso do tratamento. Esta modalidade de tratamento é conhecida como terapia-alvo molecular e tem sido abordada por importantes pesquisas na última década.
Além da terapia alvo-molecular (para o casos em que há indicação e acesso aos medicamentos) tratamentos para o câncer metastático incluem cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e radioterapia. Para definir o tratamento indicado (sendo possível inclusive a associação de modalidades citadas acima), também devem ser pesados os sintomas do câncer e os possíveis efeitos colaterais das medicações, mantendo um diálogo aberto e respeitando a opinião dos pacientes. Eles devem se sentir acolhidos e, para isto, uma equipe multidisciplinar é muito importante.
Para muitos pacientes, especialmente no contexto de doenças metastáticas, as pesquisas clínicas (ou estudos clínicos) podem representar a oportunidade do acesso a tratamentos inovadores. Dessa forma, abordarei mais a respeito deste tema nas próximas colunas.
Tem alguma dúvida? Escreva pra mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com