Nas semanas anteriores iniciamos uma série de discussões sobre as Infecções Hospitalares, também chamadas de Infecções Relacionadas à Assistência.
Hoje, abordaremos o tema do dia: O Novo Corona vírus(nCoV), que assusta o mundo. Não estamos fugindo do nosso tema original. Afinal, esses vírus têm os próprios profissionais de saúde como uma de suas principais vítimas. Ou seja, trata-se de uma doença ocupacional para aqueles que trabalham em hospitais, que podem contaminar-se através de seus pacientes e repicar a doença para colegas de trabalho, familiares e outros pacientes.
O ambiente hospitalar em situações epidêmicas de gripe se transforma num espaço extremamente insalubre, tanto para pacientes quanto funcionários.
Sabemos pela literatura científica que profissionais de saúde gripados aumentam o risco de morte dos seus pacientes. Simples de entender, um doente internado com insuficiência cardíaca, ao adquirir uma infecção respiratória, mesmo que seja por um vírus pouco agressivo, pode ter o quadro de base complicado e sua chance de morrer aumentada de forma significativa.
Cirurgiões, anestesistas e instrumentadores cirúrgicos gripados aumentam o volume de bactérias eliminadas sobre o campo operatório e consequentemente o risco de infecções cirúrgicas.
Vivemos cotidianamente nos hospitais este enorme desafio, controlar o ímpeto de trabalhar de profissionais gripados.
Por outro lado, afastando os profissionais dos hospitais, as epidemias acabam por criar um problema ainda maior, o absenteísmo coletivo. Em última instância, quem atenderá os pacientes que chegam aos montes nos hospitais?
Vamos a uma breve história desse vírus e de epidemias anteriores
Os Coronavírus são importantes causadores de infecções em humanos e animais. Ganharam esse nome devido ao seu formato que lembra uma coroa.
Os Coronavirus estão amplamente dispersos entre aves e mamíferos, sendo os morcegos possuidores de uma ampla gama de subtipos diferentes desse vírus.
Em geral, esses vírus circulam entre esses animais, mas passam a infectar também humanos quando a convivência é muito próxima e os vírus sofrem mutações.
Nesta primeira passagem pelos seres humanos, como ainda não temos imunidade a esta nova cepa viral, quadros respiratórios extremamente graves podem ocorrer, levando cerca de 50 % dos pacientes à terapia intensiva, exigindo ventilação mecânica em até 70% destes.
As infecções hospitalares bacterianas secundárias à permanência prolongada em assistência ventilatória é um fator complicador importante, sendo responsável por cerca de 30% dos óbitos dos pacientes.
Durante epidemias de gripe, os CoV são responsáveis por cerca de um terço dos casos de infecções das vias aéreas anteriores em adultos e crianças. A maioria das pessoas já teve contato com algum tipo de vírus da família Coronavirus, apresentando sintomas muito semelhantes ao de uma gripe comum ou resfriado.
Esses vírus representam cerca de 10% a 30% dos vírus que provocam infecções respiratórias em adultos. Em crianças, se associam também a quadros diarreicos.
Existem descritos seis tipos diferentes de Coronavirus. Quatro deles causam sintomas brandos na maioria das pessoas, podendo, entretanto, causar quadros mais graves em pessoas com doenças subjacentes, da mesma forma que os demais vírus respiratórios. Os outros dois tipos são mais agressivos e causaram epidemias importantes na China e no Oriente médio em 2002 e 2012.
Em 2002 e 2003, o Coronavirus da SARS (Sindrome Respiratoria Aguda Grave-SARS-CoV) se disseminou por 28 países e infectou 8.098 pessoas, levando 774 ao óbito. Essa epidemia custou cerca de 30 bilhões a 100 bilhões de dólares à economia global, evidenciando que, ao ultrapassar a barreira entre espécies os CoVs de animais, são uma grande ameaça à saúde publica mundial. Essa epidemia encontra-se hoje controlada.
Em 2012, um outro Coronavirus, foi descoberto, o MERS-CoV (Síndrome Respiratória do Oriente Médio). Desta feita, a suspeita recaiu sobre uma mutação que teve os dromedários como hospedeiro intermediário, antes do vírus chegar em humanos.
Na SARS e no MERS, a maioria dos casos ocorreu em profissionais de saúde e seus familiares.
Em 31 de Dezembro de 2019, as autoridades chinesas reportaram um surto de pneumonia na cidade de Wuhan de cerca de 7 milhões de habitantes, sendo que a maioria dos pacientes tinha sido expostos a um mercado de frutos do mar, mas que comercializava também outros animais.
No dia 10 de Janeiro de 2020, os pesquisadores da escola de Saúde Púbilca de Shangai publicaram a estrutura genética completa de um novo Coronavirus, o 2019-nCoV. Esse novo vírus se disseminou rapidamente, passando de uma pessoa para outra através das secreções respiratórias, acometendo inclusive 15 profissionais de saúde de um hospital de Wuhan.
Até o momento, não sabemos se a transmissão desse novo vírus será sustentada e as possíveis consequências para a saúde pública mundial.
Tendo como base a experiência adquirida nos dois surtos anteriores pelo CoV, as autoridades locais e a Organização Mundial de Saúde iniciaram os preparativos para conter a disseminação do vírus, que, até este momento, já atingiu outras cidades da China, Tailândia, Japão e Coreia do Sul.
As pesquisas para diagnóstico e tratamento utilizadas na SARS e na MERS estão sendo rapidamente adaptadas para este novo CoV. Drogas antivirais como o Remdesivir, Lopinavir/ ritonavir e o Interferon Beta, que se mostraram promissores no tratamento dos Coronavirus anteriores, estão sendo testadas contra esse novo vírus, assim como vacinas.
Entretanto, até que essas novas estratégias terapêuticas e de prevenção sejam liberadas para uso em pacientes, a única arma que temos é a vigilância, as medidas clássicas de prevenção e a disseminação de orientações para a população se proteger, particularmente, os profissionais de saúde.
No mundo globalizado, as informações fluem pelo planeta rapidamente, permitindo que as instituições se preparem para enfrentar o pior cenário possível. Por outro lado, as pessoas e os vírus também se movimentam com a rapidez dos aviões.
Uma pessoa infectada na China pode, no dia seguinte, estar desembarcando em São Paulo, Rio, Belo Horizonte ou qualquer outra cidade do mundo.
Na epidemia de H1N1 em 2009, conhecida como gripe suína, os primeiros casos foram registrados no México em fevereiro. Em junho, já estavam nos 5 continentes.
Dessa forma, temos que estar sempre preparados para enfrentar situações como a que estamos vivendo agora.
A epidemia de gripe suína de 2009, os preparativos para a Copa do Mundo, os treinamentos para enfrentar os riscos do Ebola e para enfrentar o atual surto de sarampo, vêm dando aos nossos serviços de saúde consistência para atuar em situações futuras desafiadoras.
Exemplo disso foi a paciente que desembarcou gripada em Belo Horizonte esta semana, vindo de Shangai. Ao procurar a UPA Centro Sul, foi imediatamente identificada e, seguindo o fluxo previamente determinado para situações emergenciais do gênero, foi transferida com todo rigor técnico para o hospital de referência e colocada em isolamento.
Se a definição de caso suspeito da OMS e do Ministério da Saúde foi ou não seguido, na minha opinião, não importa. O mais importante é que o sistema funcionou e está ligado no que está ocorrendo no mundo.
Em situações epidemiológicas de risco é preferível ser mais sensível que específico. Traduzindo, é preferível errar para mais que negligenciar uma situação potencialmente grave. Me sinto mais seguro com as condutas dos profissionais da UPA Centro Sul do que com a empáfia tecnocrata de Brasília e Genebra.
Afinal, quem coloca a própria vida e de seus familiares em risco é quem está na frente dos pacientes e dos vírus que eles eliminam. Evitemos falar dos salários neste momento...
É para esses funcionários que dedico a coluna desta semana, replicando aqui, as medidas de controle e prevenção publicadas pela OMS para enfrentamento dessa nova situação de risco, que pelo visto, vocês já conhecem muito bem. Parabéns!
NOVO CORONAVIRUS (2019nCoV)
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO A SEREM ADOTADAS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
As seguintes medidas devem ser observadas por hospitais e serviços de saúde que prestam atendimento ambulatorial e pronto atendimento a casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus (nCoV).
MEDIDAS GERAIS
Elaborar, por escrito, e manter disponíveis as normas e rotinas dos procedimentos adotados na prestação de serviços de atenção à saúde de pacientes suspeitos de infecção pelo nCoV.
Organizar o fluxo de atendimento aos pacientes suspeitos, conforme segue:
– Estabelecer sinalização à entrada da unidade, apontando para o fluxo de atendimento desses pacientes
– Definir área de espera e local exclusivo para atendimento de pacientes sintomáticos
– Fornecer máscara cirúrgica ao paciente sintomático e ou identificado como suspeito. – Os pacientes devem utilizar máscara cirúrgica desde o momento em que forem identificados até sua chegada ao local definido para atendimento
– Pacientes suspeitos de infecção pelo nCoV devem, preferencialmente, ser avaliados em uma sala privada com a porta fechada ou uma sala de isolamento de infecções aéreas, se disponível
– Afixar cartazes ou outras formas de comunicação com orientações aos pacientes sobre etiqueta respiratória
– Instituir medidas de precaução respiratória para gotículas e precaução de contato
Precaução respiratória para aerossol: para procedimentos com risco de geração de aerossol
São exemplos de procedimentos com risco de geração de aerossóis:
– intubacão traqueal
– extubação
– aspiração aberta das vias aéreas
– broncoscopia
– autópsia envolvendo tecido pulmonar, coleta de espécime clínico para diagnóstico etiológico
– fisioterapia respiratória
– ressuscitação cardiopulmonar.
Obs.: Quando o profissional atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol em atendimento a pacientes com suspeita ou confirmados para infecção pelo nCoV deve utilizar luvas de procedimento, avental, protetor ocular ou facial e gorro, além da máscara de proteção respiratória (respirador particulado ou N95).
A utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) é recomendada para:
– Todos os profissionais de saúde que prestam assistência direta ao paciente e profissionais designados para a triagem de casos suspeitos
– Toda a equipe de suporte, que tenha contato a uma distância menor que 1 metro de pacientes suspeitos ou confirmados, incluindo pessoal de limpeza, nutrição e responsáveis pela retirada de roupas sujas da unidade de isolamento; porém recomenda-se que o mínimo de pessoas entre no quarto do paciente suspeito ou confirmado
– Todos os profissionais de laboratório, durante coleta, transporte e manipulação de amostras de pacientes suspeitos e confirmados
– Familiares e visitantes que tenham contato com pacientes suspeitos ou confirmados, porém recomenda-se restringir o número de familiares e visitantes
– Profissionais de saúde que executam o procedimento de verificação de óbito
Nota: Ressalta-se a necessidade do uso racional de EPI nos serviços de saúde.
Higienização das mãos
– Higienização frequente das mãos, principalmente antes e depois da assistência ao paciente e após a retirada de EPI
– As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se água e sabonete líquido ou preparação alcoólica
– Os profissionais de saúde, pacientes e visitantes devem ser devidamente instruídos e monitorados quanto à importância da higienização das mãos
– Todos os insumos para adequada higienização das mãos devem ser garantidos pela instituição
Disponibilizar vestimentas e equipamentos de proteção individual recomendados aos profissionais de saúde designados para o atendimento dos casos suspeitos ou confirmados.
Máscara cirúrgica
– Deve ser utilizada para evitar a contaminação do profissional por gotículas respiratórias, quando o mesmo atuar a uma distância inferior a 1 metro do paciente suspeito ou confirmado de infecção pelo nCoV.
– Descartar imediatamente após o uso.
Máscara de proteção respiratória (respirador particulado ou N95)
– Quando o profissional atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol nos pacientes suspeitos ou confirmados com nCoV deve utilizar a máscara de proteção respiratória (respirador particulado), com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3µ (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3).
– A máscara de proteção respiratória deve ser de uso individual e estar apropriadamente ajustada à face. A forma de uso, manipulação e armazenamento deve seguir as recomendações do fabricante.
Luvas
– O uso de luvas de procedimentos não cirúrgicos é obrigatório para qualquer contato com paciente suspeito ou confirmado de forma a reduzir a possibilidade de transmissão do nCoV para o profissional, assim como de paciente para paciente por meio das mãos do profissional.
– Quando o procedimento a ser realizado exigir técnica asséptica deve ser utilizado luvas estéreis (de procedimento cirúrgico).
– Devem ser descartadas imediatamente após o uso.
Protetor ocular ou protetor de face
– Os óculos de proteção (ou protetor de face) devem ser utilizados quando houver risco de exposição do profissional a respingos de sangue, secreções corporais e excreções.
– Os óculos de proteção devem ser exclusivos para cada profissional responsável pela assistência, devendo, após o uso, sofrer processo de limpeza com água e sabão/detergente e desinfecção.
– Sugere-se para a desinfecção álcool a 70%, hipoclorito de sódio a 1% ou outro desinfetante recomendado pelo fabricante.
– Óculos convencionais (de grau) não devem ser usados como protetor ocular, uma vez que não protegem a mucosa ocular de respingos. Os profissionais de saúde que usam óculos de grau devem usar sobre estes os óculos de proteção ou protetor de face.
Gorro descartável
– O gorro deve ser utilizado pelo profissional de saúde em situações de risco de geração de aerossol no atendimento a pacientes suspeitos ou confirmados.
Capote/avental
– O capote ou avental deve ser utilizado durante toda a manipulação do paciente suspeito ou confirmado, ou manipulação de qualquer material ou equipamento utilizado pelo paciente (como cateteres, sondas, circuito, equipamento ventilatório e outros) além de contato com superfícies próximas ao leito, a fim de evitar a contaminação da pele e roupa do profissional.
– Deve ser de mangas longas, punho de malha ou elástico com abertura posterior. Além disso, deve ser confeccionado com material de boa qualidade, não alergênico e resistente; proporcionar barreira antimicrobiana efetiva; permitir a execução de atividades com conforto; e estar disponível em tamanhos variados.
– O capote ou avental sujo deve ser removido após a realização do procedimento. Utilizar preferencialmente avental descartável (de uso único). Em caso de avental de tecido, este deve ser reprocessado em lavanderia hospitalar.
Obs.: Quando o profissional atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol deve utilizar luvas de procedimento, avental, protetor ocular ou facial, gorro e máscara de proteção respiratória (respirador particulado ou N95).
ORIENTAÇÕES PARA ISOLAMENTO HOSPITALAR
O isolamento deve ser realizado em quarto privativo com porta fechada e bem ventilado, com a entrada sinalizada alertando isolamento respiratório para gotículas e contato.
2.1 Isolamento por Coorte
Considerando-se a possibilidade de um aumento do número de casos e, se o hospital não possuir quartos privativos disponíveis em número suficiente para o atendimento de todos os pacientes que requeiram internação, deve ser estabelecido o isolamento por coorte, ou seja, separar em uma mesma enfermaria ou unidade os pacientes com infecção confirmada por nCoV. Deve ser mantida uma distância mínima de 1 (um) metro entre os leitos.
Os profissionais de saúde que atuam na assistência direta a pacientes suspeitos ou confirmados devem ser organizados para trabalhar somente na área de isolamento, não podendo circular em outra área de assistência.
Outras Orientações:
– O quarto, a enfermaria e a área de isolamento devem ter a entrada sinalizada alertando isolamento respiratório para gotículas e contato, a fim de evitar a passagem de pacientes e visitantes de outras áreas ou de profissionais que estejam trabalhando em outros locais do hospital
– O acesso deve ser restrito aos profissionais envolvidos na assistência
– Imediatamente antes da entrada no quarto, na enfermaria e na área de isolamento, devem ser disponibilizadas condições para a higienização das mãos: dispensador de preparação alcoólica (gel ou solução a 70%); lavatório/pia com dispensador de sabonete líquido; suporte para papel toalha, papel toalha, lixeira com tampa e abertura sem contato manual
– Manter um registro de todas as pessoas que entrarem no quarto, desde profissionais de saúde a visitantes
Suspensão do Isolamento:
O paciente deve ser mantido em isolamento até que esteja assintomático.
TRANSPORTE DE PACIENTES
Ao transportar pacientes suspeitos ou confirmados:
– Os profissionais que manipularem o caso suspeito ou confirmado durante a preparação para o transporte devem adotar as medidas de precaução para gotículas e contato
– O paciente deve usar máscara cirúrgica durante todo o transporte
– Não é necessário o uso de luvas ou avental para os profissionais envolvidos no transporte; caso haja necessidade de manipular o paciente, recomenda-se que o profissional tenha um par de luvas disponível
0150 Adequar a ventilação do veículo para aumentar a troca de ar durante o transporte
– Intensificar a higienização das mãos
– O veículo utilizado no transporte deverá ser submetido ao processo de limpeza e desinfecção de todas as suas superfícies, com álcool 70% ou hipoclorito de sódio a 1%, antes do próximo uso
PROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE:
Informações Gerais
Não há uma orientação especial quanto ao processamento de equipamentos, produtos para a saúde ou artigos utilizados na assistência de pacientes com infecção por nCoV, sendo que o mesmo deve ser realizado de acordo com as características e finalidades de uso, orientação dos fabricantes e métodos escolhidos.
Equipamentos, produtos para a saúde ou artigos utilizados em qualquer paciente devem ser recolhidos e transportados de forma a prevenir a possibilidade de contaminação de pele, mucosas e roupas, ou a transferência de micro-organismos para outros pacientes ou ambientes. Desse modo, é importante frisar a necessidade da adoção das medidas de precaução na manipulação dos mesmos.
O serviço de saúde deve estabelecer fluxos, rotinas de retirada e todas as etapas do processamento dos equipamentos, produtos para a saúde ou artigos utilizados na assistência.
Limpeza e Desinfecção
A orientação sobre a limpeza e a desinfecção de superfícies em contato com pacientes com suspeita ou infecção por nCoV é a mesma utilizada para outros tipos de doença respiratória.
A desinfecção de superfícies das unidades de isolamento deve ser realizada após a sua limpeza. Os desinfetantes com potencial para a desinfecção de superfícies incluem aqueles à base de cloro, alcoóis e o quaternário de amônio.
Os artigos, produtos para saúde ou equipamentos devem ser de uso exclusivo dos pacientes suspeitos ou confirmados de nCoV, devendo ser realizada desinfecção com álcool 70% para o uso compartilhado, evitando a transmissão cruzada do vírus
Processamento de Roupas
Não é preciso adotar um ciclo de lavagem especial para as roupas provenientes dos pacientes suspeitos ou confirmados para nCoV, podendo ser seguido o mesmo
processo estabelecido para as roupas provenientes de outros pacientes em geral, ressaltando-se as seguintes orientações:
– Na retirada da roupa suja, deve haver o mínimo de agitação e manuseio, observando-se as medidas de precaução descritas anteriormente
– Roupas provenientes do isolamento não devem ser transportadas através de tubos de queda
– Devido ao risco de promover partículas em suspensão e a contaminação do trabalhador, não é recomendada a manipulação, separação ou classificação de roupas sujas provenientes do isolamento. Estas últimas devem ser colocadas diretamente na lavadora
Processamento de Artigos Utilizados pelo Paciente
– Realizar a limpeza e desinfecção de equipamentos e produtos para saúde que tenham sido utilizados na atenção ao paciente
– Estabelecer fluxos e rotinas de transporte de equipamentos, produtos para a saúde ou artigos utilizados na assistência.
– Utilizar preferencialmente artigos descartáveis
– Esterilizar ou desinfetar artigos reprocessáveis, conforme a rotina já estabelecida pela Central de Material Esterilizado (CME) e pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Para os ítens compartilhados por demais pacientes (ex.: esfigmomanômetro, oxímetro de pulso, dentre outros), realizar a limpeza e a desinfecção, conforme a rotina já estabelecida
Descarte de Resíduos:
O nCoV é enquadrado como agente biológico classe 2 e o risco de transmissibilidade deste agente, a partir dos resíduos, é baixo. Portanto, os resíduos provenientes da atenção a pacientes suspeitos ou confirmados com infecção pelo vírus nCoV devem ser enquadrados na categoria A4, conforme Resolução RDC/Anvisa nº 306, de 7 de dezembro de 2004 (disponível emhttps://e-legis.bvs.br/leisref/public/home.php).
Estes devem ser acondicionados em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos uma vez a cada 24 horas e identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.
Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e resistente ao tombamento.
Esses resíduos podem ser dispostos, sem tratamento prévio, em local devidamente licenciado para disposição final de resíduos sólidos de serviços de saúde. Ressalta- se, que conforme a RDC/Anvisa 306/2004, os serviços de saúde devem elaborar um plano .