Estamos em tempos em que a ciência brasileira passa por graves dificuldades diante da crise financeira mas, ainda assim, temos motivos de sobra para nos orgulharmos dos nossos pesquisadores.
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Atualmente, a osteoporose assume papel de destaque diante da constatação inequívoca do envelhecimento a passos largos da nossa população e já estamos deixando de ser um país somente de jovens para sermos cada vez mais um contingente de idosos.
A osteoporose tem como grande problema o de aumentar o risco de fraturas, que trazem impacto na morbidade e mortalidade de pessoas na terceira idade. Portanto, estratégias que identifiquem os indivíduos em risco para iniciar alguma intervenção preventiva, antes da fratura, é o maior desafio na prática clínica.
Diante disso, vem em boa hora a pesquisa feita no serviço de ginecologia da UFMG. Teve destaque na importante plataforma de divulgação científica Medscape. Foi publicado na revista científica Climacteric e o coordernador da pesquisa foi o Dr. Selmo Geber, ginecologista e obstetra, professor titular da UFMG.
A pesquisa foi feita com 938 mulheres atendidas no Hospital das Clínicas da UFMG - que fizeram densitometria óssea -, e associou o tempo transcorrido desde o ini%u0301cio da menopausa e o índice de massa corporal (IMC) das pacientes à doença, sugerindo que a deficiência de estrogênio e não a idade em si seria a principal causa de osteoporose entre mulheres após a menopausa.
O tempo desde a menopausa foi identificado como um fator de risco independente para osteoporose. A estratificação de acordo com categorias etárias demonstrou que mulheres com mais de 20 anos desde a menopausa têm um risco aumentado de osteoporose. Foi visto ainda um aumento no risco a cada 5 anos desde o início da menopausa.
O professor Selmo Geber comentou no Medscape que esse parece ter sido esse o primeiro estudo até o momento que conseguiu descrever essa associação.
Nesses últimos dias de 2019, aproveito para manifestar o orgulho de termos grandes pesquisadores entre nós. Acho que todos esperamos que a pesquisa no Brasil volte a ser considerada prioridade. Vai aqui de minha parte uma grande saudação a todos os nossos bravos e abnegados pesquisadores, que se dedicam mesmo com todas as adversidades à busca de conhecimento.
Como dizia o prêmio Nobel de Literatura George Bernard Shaw, “A ciência nunca resolve um problema sem criar pelo menos outros dez” e, portanto, teremos continuamente a necessidade de mais e mais incentivo e financiamento para que a pesquisa consiga ajudar a um grande salto na qualidade de vida da nossa população.
Ficou com alguma dúvida? Mande sua pergunta pra mim: arnaldoschainberg@terra.com.br