Entendendo o câncer de laringe

O maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer de laringe é o tabagismo e o consumo de qualquer forma de tabaco

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(foto: Freepik)

O câncer de laringe ocorre quando células cancerígenas se formam e se multiplicam na parte da garganta que controla as cordas vocais. O câncer pode se desenvolver em qualquer uma das três partes principais da laringe:

- Glote: a porção média que contém as cordas vocais

- Supraglote: a área acima das cordas vocais

- Subglote: a área abaixo das cordas vocais e acima da traqueia

O quão comum é o câncer de laringe?


É muito menos comum do que costumava ser porque menos brasileiros estão fumando, o que é um fator de risco para esse tipo de câncer. Os cânceres de laringe representam cerca de um quinto dos cânceres de cabeça e pescoço.

O tipo mais comum de câncer de laringe é o carcinoma de células escamosas. Outros tipos menos comuns incluem: câncer verrucoso, adenocarcinoma, e carcinoma indiferenciado.

Quais são os sintomas do câncer de laringe?

A rouquidão é o sintoma mais comum do câncer de laringe. Outros sintomas são: dificuldade para engolir, falta de ar e muco proveniente da garganta tingido de sangue.

É muito comum ficarmos roucos quando temos um resfriado ou uma crise alérgica. No entanto, esses sintomas devem melhorar após cerca de uma semana. Mas se a rouquidão e/ou as alterações na voz persistam por mais de uma semana, ou se tiver rouquidão associada a outros sintomas, um otorrinolaringologista deve ser sempre consultado.

Como o câncer de laringe é diagnosticado?

Através do exame otorrinolaringológico completo. O especialista (otorrinolaringologista ou cirurgião de cabeça e pescoço) também pode realizar uma laringoscopia de fibra óptica, na qual um pequeno endoscópio é colocado na parte de trás do nariz para que o médico possa ter uma visão clara da laringe do paciente.

Esse procedimento indolor é feito na clínica e oferece uma excelente visão do aparelho vocal e cordas vocais. Sempre que uma lesão suspeita é identificada, a mesma é submetida a uma biópsia. De posse dessa amostra da lesão retirada, um patologista examinará o tecido e determinará com segurança se se trata ou não de um câncer. Nos casos de suspeita de que o câncer tenha se espalhado para um gânglio linfático no pescoço, o especialista pode realizar uma aspiração com agulha fina do gânglio para confirmar essa suspeita. Exames variados de imagem complementam a propedêutica e o estadiamento da doença.

Quais são os fatores de risco para o câncer de laringe?

O maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer de laringe é o tabagismo e o consumo de qualquer forma de tabaco. Alguns fatores de risco menos comuns associados ao câncer de laringe incluem: refluxo gástrico ou azia, consumo de bebida alcoólica, o papilomavírus humano (HPV).

O refluxo gástrico (em geral silencioso) ocorre quando o ácido estomacal sobe pelo esôfago e se espalha pela laringe. O ácido é um irritante que lava o muco, um protetor. Por exemplo, se o paciente fuma, o muco protege os carcinógenos de atingirem a mucosa, mas se o refluxo o eliminar, isso aumenta a chance de desenvolvimento do câncer. O álcool é um solvente que também lava o muco.

Muitos tumores de laringe estão associados ao HPV. Por isso é importante a vacinação contra esse vírus, se o indivíduo for elegível. A vacina contra o HPV previne seis tipos de câncer, incluindo câncer de garganta, como câncer de laringe. Todos com idade entre 9 e 26 anos são encorajados a receber a vacina, e ela é mais eficaz quando administrada entre 11 e 12 anos. Adultos de 27 a 45 anos devem conversar com seu médico sobre os benefícios de serem vacinados.

Como o câncer de laringe é tipicamente tratado?

O câncer de laringe é tipicamente tratado com radioterapia e/ou cirurgia. Para lesões detectadas muito precocemente, a cirurgia é a melhor opção. Uma vez que a biópsia confirme que é câncer, pode-se usar um laser para queimar o câncer. Essa é uma opção muito eficaz com uma alta taxa de cura.

A radioterapia é preferida para cânceres em estágio intermediário. É excelente para o tratamento do câncer de laringe, mas não é utilizada em todos os estágios porque a radioterapia é algo que só pode ser usado uma vez. Por isso, em tumores pequenos, o ideal é a opção pela cirurgia pois, caso o paciente apresente outro tumor no futuro, a radioterapia será a melhor opção.

A maioria dos cânceres laríngeos em estágio avançado, cujo estadiamento é representado por T3s e alguns T4s, será tratada com quimioterapia e radioterapia. Os T4s em estágio avançado são normalmente tratados primeiro com cirurgia. No câncer de laringe T3, o tumor é limitado à laringe, enquanto o câncer de laringe T4 significa que o tumor se espalhou além da laringe.

Para pacientes com câncer de laringe bastante avançado, a eliminação total do câncer é o ideal, mas infelizmente volta - a laringe não recompõe por completo suas funções, pois o tecido ao redor da laringe também é afetado. Então, se um paciente tem um tumor muito grande e sua caixa de voz não está funcionando bem, a radioterapia pode não ser muito adequada para o paciente em termos de preservação da função do órgão. Por isso, em geral, se opta primeiro pela cirurgia e, se necessário, posteriormente pela a radiação.