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ONCOLOGIA

Mortalidade por câncer cai 33% nos últimos 30 anos nos EUA


A mortalidade por câncer nos Estados Unidos caiu 33% desde 1991, de acordo com um relatório recente divulgado pela American Cancer Society (ACS - EUA). Isso se traduz em cerca de 3,8 milhões de mortes por câncer a menos durante esse período, concluíram os autores do relatório anual.


É auspicioso constatar que o declínio na mortalidade por câncer continuou em 2020, porque a taxa de morte aumentou para quase todas as outras principais causas de morte por causa da pandemia de COVID-19.

A queda na mortalidade por câncer ocorreu em grande parte devido à redução do tabagismo, mas também devido à detecção precoce de alguns tipos de câncer e um melhor tratamento oncológico obtido com os recentes e extraordinários avanços da especialidade dos últimos anos.

O relatório, publicado no CA: A Cancer Journal for Clinicians, revelou duas tendências surpreendentes relacionadas a malignidades individuais. Os autores observaram uma queda acentuada na incidência de câncer cervical entre mulheres adultas jovens desde 2012.

No entanto, eles relataram aumento da mortalidade por câncer de próstata, que coincidiu com taxas mais altas de diagnóstico de doença avançada. Essa descoberta levou os funcionários da ACS a lançar uma nova iniciativa destinada a reduzir a mortalidade e as disparidades do câncer de próstata.


Incidência de câncer cervical diminui


O relatório mostrou um declínio de 65% na incidência de câncer cervical entre mulheres de 20 a 24 anos entre 2012 e 2019. Esta coorte foi a primeira elegível a receber a vacina contra o HPV após sua aprovação em 2006. A redução para mais da metade da incidência de câncer cervical pode ser o primeiro de muitos declínios nos cânceres relacionados ao HPV.

Essa magnitude de mudança não é possível no curso natural da doença e só pode ser resultado de intervenção médica, como a vacina. À medida que essas coortes protegidas de mulheres e homens envelhecem, continuaremos a ver reduções acentuadas - não apenas no câncer cervical, mas também em todos os outros cânceres associados ao HPV, como garganta, anal, pênis e câncer vaginal. A tendência do câncer cervical fornece evidências claras em nível populacional sobre o impacto que a vacinação pode ter na incidência de câncer.

Incidência de câncer de próstata aumenta


O relatório também destacou um aumento anual de 3% na incidência de câncer de próstata de 2014 a 2019. A incidência crescente coincidiu com aumentos anuais de 4% a 5% no diagnóstico de câncer de próstata em estágio avançado desde 2011. A proporção de homens diagnosticados com doença em estágio distante dobrou durante esse período.


Esse aumento ocorre após décadas de tendências de declínio, incluindo uma queda de 6,5% ao ano de 2007 a 2014. A elevação observada está atualmente confinada à doença em estágio avançado, que vem aumentando 4,5% ao ano desde 2011.

Adicionalmente, vale destacar que o câncer de próstata tem uma das maiores disparidades raciais de qualquer câncer, com taxas de mortalidade entre negros homens duas a quatro vezes mais do que entre homens de todas as outras raças ou etnias.

Tendências adicionais


Os autores do relatório estimam que 1,95 milhão de novos casos de câncer serão diagnosticados nos EUA em 2023, com 609.820 mortes por câncer projetadas para o ano.

Outras descobertas relevantes do levantamento valem a pena ser destacadas:

- Câncer de pulmão e colorretal estão entre as três principais causas de morte por câncer para homens e mulheres

- Aproximadamente 350 pessoas nos Estados Unidos morrem de câncer de pulmão todos os dias

- O câncer de pulmão entre as mulheres diminuiu pela metade do ritmo dos homens (1,1% ao ano contra 2,6% ao ano) de 2015 a 2019

- As taxas de incidência de câncer de mama, corpo uterino, fígado e pele continuaram a aumentar

- As taxas de incidência de câncer de mama feminino aumentaram aproximadamente 0,5% ao ano desde meados dos anos 2000

- As taxas de incidência de câncer de tireoide diminuíram cerca de 2% ao ano desde 2014, após décadas de aumento, com a reversão atribuída a mudanças nas práticas clínicas