Rinite alérgica, nariz entupido e o frio em tempos de COVID-19

Espirros, corrimento nasal e coceiras são muito comuns nesta época e, em isolamento social, pessoas têm mais contato com substâncias causadoras de rinite

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Espirro pode espalhar muitas doenças (foto: Wikipedia)

Interessante observar que à medida em que avança o outono e a temperatura cai, os portadores de rinite alérgica pioram. Nessas pessoas, as queixas mais frequentes são nariz entupido, espirros, corrimento nasal e coceiras.

O nariz e suas estruturas internas se destinam a aquecer, umidificar e filtrar o ar que respiramos. Além disso, o nariz é responsável por sentir os cheiros que nos circundam, inclusive aqueles ruins que nos servem de alerta


As substâncias que desencadeiam ou mantêm quadros de alergia são denominadas alérgenos. São moléculas que, em pessoas normais, passariam pela mucosa do nariz despercebidas, mas que o sistema imunológico dos alérgicos reconhece como hostis e desencadeia uma reação inflamatória em cascata que lhes provoca intensa coceira, espirros, aumento de muco e entupimento do nariz. 

Na verdade, tudo não passa de um esforço do nariz em expulsar ou, no mínimo, impedir a entrada em nossas vias aéreas da substância considerada nociva, mas que acaba gerando um tremendo mal estar

E os sintomas pioram especialmente à noite, com agravamento da obstrução nasal que, muitas vezes, impede ou interrompe o sono normal. 

Com a pandemia de COVID-19 em curso, os alérgicos estão enfrentando três problemas adicionais. O primeiro é que boa parte da população está em isolamento social e a maioria das substâncias que provocam rinite alérgica está escondida ou invisível a olho nu dentro de nossas casas: pelos, especialmente os de cães e gatos; ácaros vivos ou mortos dentro de travesseiros; colchões; e fungos em nossos casacos e roupas de frio, cobertores e edredons, especialmente os que estavam guardados. 

Ao sair de casa, o segundo problema adicional enfrentado é que a coceira intensa que acompanha os fenômenos alérgicos nasais é agravada quando a máscara suavemente encosta em nosso nariz. E por que isso seria um problema adicional? Porque a mão contaminada pode trazer à máscara ou ao nariz o coronavírus, colocando todo o esforço a perder!

A terceira questão está relacionada ao receio de sair de casa e ir ao consultório médico. Uma rinite alérgica prolongada acaba favorecendo a ocorrência de infecções, especialmente as sinusites e, perceba, preocupados com a possibilidade de contaminação, os médicos redobraram os cuidados em seus consultórios, tornando o ambiente muito mais seguro do que, por exemplo, um supermercado.

 
Existem diversas medidas, medicamentos e até pequenos procedimentos cirúrgicos que podem ajudar muito o portador de rinite alérgica e obstrução nasal. Não deixe de procurar ajuda com o especialista!
 
Se você tem dúvidas sobre este tema ou quer mandar sugestão d assunto para a coluna, envie email para alexandrerattes@gmail.com
 
Meu nome é Alexandre Rattes e sou Otorrinolaringologista.