Saúde Plena

Coronavírus e um novo sintoma: a perda de olfato; entenda


À medida que a pandemia avança e os governos e sistemas de saúde lutam para controlar o número de casos e tratar as complicações, em meio a disputas políticas internas e divergências próprias das calamidades, novos sintomas são relatados pela comunidade médica. 



Recentemente o acometimento neurológico causado pelo coronavirus começou a tomar forma. E um dos mais frequentes tem sido a redução (hiposmia) ou perda total (anosmia) do olfato.

Pelas suas características comportamentais e afinidade pelo sistema respiratório, não foi surpresa que pudesse acometer as delicadas e superficiais terminações nervosas do nervo olfatório, localizadas dentro do nariz.

A incidência do sintoma tem variado de acordo com o país tendo sido relatada em dois terços dos infectados confirmados na Alemanha. Altas incidências também foram reportadas na Coreia do Sul, China e Itália. Os primeiros a darem o alerta foram os ingleses e franceses em meados de março logo depois seguidos pela Academia Americana de Otorrinolaringologia, a Academia Brasileira de imunologia e a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia.



Estima-se que 40% dos casos de perda de olfato em adultos é resultado de infecções virais e há mais de 200 tipos diferentes de vírus de resfriados e gripes que podem causar a perda permanente ou transitória do olfato.

Em boa parte dos casos há relato também de perda do paladar, o que é mais raro. Na verdade, o olfato contribui com a maior parte das sensações ligadas aos alimentos e a língua, apesar de muito útil, responde com o sabor doce, salgado, amargo ou azedo. Quando ocorre a perda de olfato, perde-se por exemplo, a capacidade de diferenciar café de chá mate ou pêssego de maçã.

Ainda não se sabem os mecanismos específicos envolvidos, mas certamente são resultado de dano direto as células olfatórias, localizadas dentro da cavidade nasal. Estas células são muito sensíveis e muito superficiais. Ainda não se sabe o percentual de pacientes que recupera parcial ou totalmente o olfato, o que pode ocorrer semanas ou até meses após a virose. Ainda não se sabe de um tratamento específico, uma vez que o uso de corticoides por via oral e sistêmico (injetável) está desaconselhado.



Como a infecção pode ocorrer de forma pouco sintomática e leve, perda total ou parcial do olfato pode ser considerada o único sintoma da manifestação da COVID-19, sendo por muitos inclusive indicativo da necessidade de realização de testes para detecção do vírus.

Enquanto o vírus se alastra nós, profissionais da saúde, fazemos nossa parte, na esperança que todos os setores da sociedade, inclusive você, façam a sua.

Se você tem dúvidas ou sugestão de pautas, envie para alexandrerattes@gmail.com