O Câncer Não Espera: campanha alerta para riscos de adiamento de exames em meio à pandemia

Iniciativa ressalta que demora em buscar tratamento médico pode comprometer o sucesso na luta contra o câncer

Paula Santana 26/06/2020 19:47
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Câncer ocupa o segundo lugar no ranking das principais causas de morte no Brasil (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Diante da atual pandemia de coronavírus, cerca de 70% das cirurgias oncológicas foram adiadas apenas no mês de abril e ao menos 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer por não realizarem os exames essenciais de identificação da doença. Nesse contexto, a campanha “O Câncer Não Espera” foi lançada para alertar pacientes oncológicos e pessoas em geral sobre como a demora em buscar tratamento médico pode comprometer o sucesso na luta contra o câncer.

A campanha foi lançada pelo Instituto Oncoclínicas, iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa, e está aberta à participação de empresas, entidades ligadas à área médica ou qualquer pessoa interessada em ajudar a causa.
 
O instituto divulgou que a doença afeta atualmente ao menos 1,3 milhão de brasileiros que, na grande parte dos casos, dependem de tratamento ativo. “Nossa maior arma no combate ao câncer ainda é a detecção precoce que aumenta, e muito, as chances de cura”, informou. Portanto, as estimativas que mostram o grande número de brasileiros que não está realizando exames, consultas e operações, por medo de contrair coronavírus, é preocupante.

Um dos idealizadores da campanha, Bruno Ferrari, ressalta que o câncer ocupa o segundo lugar no ranking das principais causas de morte no Brasil. "Assim como há serviços essenciais que precisam continuar, existem tratamentos essenciais que devem prosseguir, sob risco de perdermos vidas que podem ser salvas”, aponta o oncologista.

Um levantamento divulgado pelo Instituto Oncoguia mostra que pacientes com câncer têm enfrentando dificuldades em meio à pandemia: 43% dos entrevistados tiveram procedimentos adiados, cancelados e dificultados. Dos pacientes afetados, 34% realizam quimioterapia, 31% hormonioterapia, 9% radioterapia e o restante imunoterapia e outros tratamentos. O percentual foi maior entre os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS): 60%.