Na última semana, iniciei a discussão de um assunto de extrema importância e que neste mês ganha ainda mais destaque para nós oncologistas e para dermatologistas: o câncer de pele. Desde 2014, a a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove o Dezembro Laranja, uma ação da campanha nacional de prevenção ao câncer de pele.
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A maioria dos casos de câncer de pele, se diagnosticado em fases iniciais, é passível de cura. Além da importância do diagnóstico precoce, feito na maioria das vezes pelo dermatologista, o tratamento dos tumores de pele mais complexos demanda participação também do cirurgião oncológico, oncologista clínico e, em alguns caso, do radioterapeuta. Para falar sobre a o papel do cirurgião oncológico no tratamento dos tumores de pele, contarei com a participação de Henrique Camilo, cirurgião oncológico da Rede Mater Dei de Saúde.
“Nos últimos anos, felizmente o ser humano aumentou significativamente seu tempo de vida. Entretanto, viver mais e melhor aumentou a incidência de doenças crônico-degenerativas, entre elas o câncer.
Tratar do câncer de pele como oncologista cirurgião é uma mistura de gratificação e desafios. Além de ser considerado o maior órgão do corpo humano, a pele é a nossa apresentação é o que nos envelopa e dá forma ao corpo. Por isso, a remoção cirúrgica de um tumor deve ser tecnicamente adequada e realizada por um profissional especializado e atualizado nos princípios de oncologia cirúrgica. Dessa forma, as chances de cura do paciente são maiores, sem a necessidade de outra forma de tratamento. Assim, a esperança do paciente se torna realidade.
Porém, uma cirurgia pode deixar marcas – cicatrizes que nem sempre são imperceptíveis e muito menos desejadas. Casos mais complexos e avançados exigem muito critério, discernimento, habilidade e capacitação por parte do cirurgião. A prioridade deve ser sempre a cura, mas nunca desacompanhada de uma reconstrução harmoniosa e estética, quando possível.”
Em casos mais complexos, é ainda mais importante a atuação de uma equipe oncologia multiprofissional, pois, além do tratamento cirúrgico, há mais chances do paciente necessitar de acompanhamento com oncologista e de tratamento medicamentoso complementar.
Cirurgia oncológica não se trata apenas de operar um câncer e, sim como, quando e quem operar. É entender a doença como um todo, o seu entorno e o grau de comprometimento. Deve-se planejar os limites anatômicos a serem abordados, avaliar o estado geral do paciente para o porte cirúrgico definindo riscos e benefícios das técnicas disponíveis, ponderando as demais opções terapêuticas menos agressivas.
Mais do que operar, o profissional deve sempre lembrar do que há por trás daquele que carrega a lesão maligna. São seres humanos com anseios diferentes. Não é apenas a delicadeza da região anatômica como a face, por exemplo, e o porte cirúrgico que importam para o paciente. A abordagem deve ser sempre individualizada para que as angústias causadas pela doença sejam aliviadas.
Você tem dúvidas sobre câncer de pele? Mande pra mim:carolinavieiraoncologista@gmail.com