Danos solares e câncer de pele: o papel do oncologista na conscientização e prevenção

Mais de 6200 novos casos de melanoma serão diagnosticados entre 2018 e 2019 no Brasil; região Sul lidera os casos da doença, pelo perfil de população local

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(foto: Pexels)

Apesar de o brasileiro conhecer os riscos da exposição solar, pouco se previne contra o câncer de pele e o grande problema é converter esse conhecimento em atitude.

Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) em 2017, um em cada quatro brasileiros admite que poderia se proteger do sol, mas não o faz. O índice aumenta para um a cada três entre os mais jovens (18 a 29 anos). Além disso, 6% da população demonstra forte resistência à prevenção, afirmando que não adotaria o hábito.

O melanoma é um tipo de câncer de pele que atinge os melanócitos, células produtoras de melanina, e pode levar à morte devido à grande possibilidade de metástase. Entretanto, a população geral ainda conhece muito pouco sobre este tipo de neoplasia, o que contribui para aumento dos casos e diagnóstico em fases mais avançadas da doença.
 
Reduzir ou limitar a exposição solar é a forma de prevenção mais adequada. Os anos críticos são na infância e as queimaduras pelo sol aumentam muito as chances de desenvolvimento de câncer de pele (incluindo o melanoma), mas os cuidados valem para todos. Devemos nos proteger também nos dias nublados, reaplicar o filtro solar durante o dia, não esquecer de regiões como orelhas e pés e não utilizar óleos bronzeadores. Pessoas de pele mais escura também são suscetíveis a desenvolver câncer de pele, inclusive  o melanoma.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 6.260 novos casos de melanoma serão diagnosticados entre 2018 e 2019 no Brasil, sendo que a região Sul lidera os casos da doença, em função das características clínicas (pele clara e olhos azuis) mais presentes na população daquele local.

Além do desconhecimento sobre a doença, os dados revelam que a população não consegue identificar corretamente os fatores de risco, colocando apenas o sol como o grande vilão. A minoria das pessoas sabe que o melanoma é o tipo mais letal de câncer de pele, pois pode causar metástases -  quando as células do câncer se “espalham” para outros órgãos. A doença também pode apresentar caráter familiar, por isso é muito importante informar ao médico caso algum parente próximo já tenha recebido esse diagnóstico.

Além da prevenção primária (atuar nos fatores de risco), a avaliação da pele pelo dermatologista é imprescindível no caso de manchas suspeitas ou em pacientes que, mesmo sem manchas perceptíveis,  tenham maior risco para a doença (história familiar, pele muito clara, maior número de queimaduras solares durante a vida).

Estamos no #dezembrolaranja, uma ação da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e, por isso, nas próximas semanas, falarei mais a respeito do câncer de pele e suas modalidades de tratamento, reforçando inclusive a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. 

 

Você tem dúvidas sobre câncer de pele? Mande pra mim: carolinavieiraoncologista@gmail.com