Frequentemente, tenho sido questionado pelos pacientes e mesmo em rodas de bate-papo com amigos sobre a relação entre as estatinas (drogas utilizadas para redução do colesterol com ação principalmente no fígado) e o possível efeito devastador dessas drogas em causar lesões hepáticas e em originar casos de demência (Alzheimer).
Leia Mais
Ischemia: um novo paradigma no tratamento da isquemia coronária Solidão está associada a mortalidade em pacientes cardíacosCâncer será, em breve, a doença com maior taxa de mortalidade no planetaAbusar de sal de cozinha pode comprometer a memória; entenda por quêNa análise global sobre redução de doença de Alzheimer, foi observada entre os usuários de estatinas a diminuição do risco de demência vascular.
Os autores concluíram que os dados sugerem, de forma enfática, que o uso de estatinas está associado com redução significativa no risco de demência, mas que outros estudos mais robustos e com características estatísticas diferentes serão necessários para estabelecer a recomendação.
Particularmente, trabalho com estatinas desde que foram lançadas e as observações no dia a dia do consultório são as melhores possíveis. O uso dessas drogas está muito além de apenas baixar o colesterol. Um termo muito conhecido entre os cardiologistas, efeitos pleiotrópicos das estatinas, prediz em muito as suas ações: além de reduzir o colesterol, elas têm uma ação importante na chamada disfunção do endotélio vascular, parte mais intimamente em contato com o sangue, melhorando as performances na coagulação e reduzindo o estreitamento dos vasos mínimos do cérebro (microangiopatia crônica), que, provavelmente, ocasionam pequenas isquemias e levam a casos de demência.
O arsenal terapêutico para o tratamento das lesões vasculares atualmente é enorme e não podemos de forma alguma negligenciar esse benefício aos nossos pacientes queridos.
Tem dúvidas sobre a saúde do coração? Fale comigo: evandrocardiol@gmail.com