Ainda na série de doenças comuns no verão, hoje vamos falar sobre as dores de garganta. Elas ocorrem também no inverno, mas costumam ser mais frequentes nesta época do ano. As principais infecções que acometem a garganta provocando dor são as faringites e as amigdalites.

Anatomia da região

A garganta ou faringe está repleta em toda a sua extensão de áreas onde há concentração maior de células de defesa – as chamadas tonsilas. Dentre elas, destacam-se as amígdalas ou tonsilas palatinas, que são duas formações maiores, uma de cada lado da garganta. Há ainda outras duas amígdalas na base da língua, denominadas tonsilas linguais. Com alguma frequência, as tonsilas são alvo dos vírus e das bactérias que ali podem chegar pelo beijo, por gotículas expelidas em espirros e tosse, pelo compartilhamento de objetos (talheres, copos, etc) e por sexo oral. A infecção das amígdalas é denominada Amigdalite e da faringe, Faringite.

Os sintomas mais comuns das amigdalites são:

•    Dificuldade para engolir e dor na garganta;
•    Inchaço e dor nos gânglios do pescoço (“ínguas”);
•    Febre e mal estar;
•    Mau hálito;
•    Placas ou pontos amarelados nas amigdalas (amígdalite), na parede do fundo (faríngea) e no palato mole (céu da boca);
•    Ulcerações dolorosas semelhantes a aftas;
•    Língua com saburra (“suja”);
•    Dor que se irradia para o ouvido
As faringites têm sintomas semelhantes mas, normalmente, as dores são menos intensas e não se observam placas na amígdalas.

As infecções geralmente são causadas por bactérias ou vírus, raramente por fungos. As bactérias atingem mais os jovens e os adultos e as infecções por vírus são mais comuns em crianças. Em alguns casos há associação dos dois agentes.


Mas há também quem tenha dores de garganta em função de refluxo de suco gástrico vindo do estômago, que ocorre especialmente quando nos deitamos depois de comer ou beber - essas dores são mais leves, recorrentes, geralmente matinais e melhoram ao longo do dia, muitas vezes acompanhadas de rouquidão matinal e pigarro.

Os adolescentes, com certa freqüência, sofrem um tipo especial de dor de garganta, acompanhada de febre e aumento de gânglios no pescoço e outras partes do corpo - trata-se de uma doença denominada Mononucleose, que é usualmente adquirida através do beijo e que geralmente melhora ao longo de alguns dias.

Quando você deve procurar um médico?

Geralmente, as dores de garganta não são graves. A maioria é provocada por vírus e regride espontaneamente. Procure um médico se:

•    os sintomas durarem mais de 4 dias sem sinal de melhora;
•    houver febre alta ou dificuldade para respirar;
•    a dor e dificuldade de engolir impedirem de comer ou beber.


•    a dor de garganta ocorrer em idosos, bebês, diabéticos ou pessoas em tratamento de câncer ou imunodeprimidas;
•    houver progressão rápida da dor associada à deterioração do estado geral e dificuldade em abrir a boca, que pode ser um indício de formação de abscesso.

Formas de tratamento

Ao tratar, o médico precisará diferenciar a Amigdalite causada por vírus daquela ocasionada por bactérias, o que geralmente é conseguido através do exame clínico e, em algumas ocasiões, com o auxílio de exames de sangue e/ou da secreção local.

As infecções por vírus devem ser tratadas com analgésicos e anti-inflamatórios simples. Aquelas que envolvem bactérias necessitam do uso de antibióticos, além dos remédios para dor e febre, se for o caso.


Os abscessos periamigdalianos são quadros graves que podem exigir internação e drenagem, além do uso de antibióticos mais potentes e medicação para dor.

Cuidado especial nas crianças e idosos para que não fiquem desidratados – ofereça sempre líquidos. Os alimentos e líquidos frios são mais fáceis de engolir. Alimentos quentes, condimentados e ácidos pioram a dor. Gargarejos com romã, própolis ou água com sal não têm efeito comprovado, mas o uso de antissépticos sem álcool para gargarejos pode ajudar.

Sempre que for necessário procure um médico.

Meu nome é Alexandre Rattes e trato de doenças da garganta, ouvidos e nariz.

Se você tem dúvidas e perguntas, mande para alexandrerattes@gmail.com