Motivo de muita ansiedade de quem vai à consulta ginecológica é a infecção pelo papilomavirus humano (HPV). É a doença sexualmente transmissível mais comum e cerca de 80% das pessoas entrarão em contato com o vírus em algum momento da vida.
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Obviamente não é todo mundo que vai evoluir desfavoravelmente pois algumas pacientes podem desenvolver a forma clínica do condiloma ou verruga genital que é benigna, outras terão lesões que poderão desaparecer espontaneamente. Mas, em se tratando de um grande problema de saúde pública, toda a atenção deve ser dada ao diagnóstico das alterações do HPV antes que se tornem lesões precursoras do câncer do colo uterino. Detalhe: as lesões podem demorar anos para se transformarem em câncer.
E aí entra o exame preventivo ou Papanicolaou, nome em homenagem ao inventor do exame feito para analisar as células do colo uterino. Quem não se lembra de ter feito aquela experiência de raspar a parte interna da bochecha com um palito de picolé, fazer um esfregaço em uma lâmina de vidro e olhar no microscópio?
Pois é, o exame de Papanicolaou é, a grosso modo, semelhante só que é feito um raspado do epitélio da parte externa e do canal do colo uterino, colocado em uma lâmina de vidro e analisado no microscópio pelo laboratório de citopatologia após coloração especial.
A associação com a colposcopia, isto é, visualização do colo uterino com uma lente de aumento, aumenta a eficácia do método detectando lesões que podem ser biopsiadas. Exames de biologia molecular também podem detectar o HPV.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, a rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do exame Papanicolaou a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. Naquelas com exame alterado o parceiro deverá consultar o Urologista para avaliar lesão no pênis ou bolsa escrotal.
O uso do preservativo masculino ou feminino nas relações sexuais é importante forma de prevenção do HPV. Contudo, seu uso, apesar de prevenir a maioria das infecções sexualmente transmissíveis, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual.
A vacinação para o HPV é muito importante e é preconizada para mulheres de 9 a 26 anos de idade e meninos de 11 a 14 anos. Recomenda-se que o início da vacinação ocorra, preferencialmente, antes do início da vida sexual . Não há contraindicação para vacinar mulheres até 55 anos pois as vacinas são seguras para várias faixas etárias.
E estar vacinada não exclui a necessidade do exame de Papanicolaou periodicamente.
Então, boa prevenção!!!
Se você tem dúvidas, mande paramarcoszagury@hotmail.com