Médicos e fumantes conhecem perfeitamente as imensas dificuldades do processo de cessação do tabagismo.
Surto de lesões pulmonares nos EUA atrasa agenda sobre cigarro eletrônico no Brasil
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Pesquisas publicadas em 2015 mostraram que, em um período de 04 anos, o número de adolescentes que se tornaram usuários de cigarros eletrônicos aumentou de 1,1% para 16,0% nos EUA, chegando a um número absoluto de cerca de 4,7 milhões de usuários.
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Esses números fizeram com que o faturamento dessa indústria movimentasse algo em torno de US$11,3 bilhões em 2018 e estimativas prevêem que superará a indústria tradicional do tabaco em 2023.
A existência de familiares tabagistas aumenta em três vezes a chance de um adolescente iniciar o uso, enquanto a influência de um amigo aumenta em sete vezes a possibilidade.
Trata-se de um dispositivo com uma bateria que aquece um líquido, produzindo um vapor que contém nicotina, glicerol e aromatizantes com sabor, já se conhecendo 8000 opções diferentes.
Essa ferramenta, que surgiu como uma promessa inocente e isenta de riscos para o abandono do tabagismo, tem agora mostrado sua face nefasta.
Apesar de menos danosa em comparação ao cigarro tradicional, já se sabe que possui efeitos colaterais respiratórios e cardiovasculares a longo prazo.
Recentemente foram descritos alguns casos de grave e fatal intoxicação e inflamação pulmonar associada ao uso do cigarro eletrônico.
O CDC, autoridade americana no estudo de doenças, identificou que a adição de substâncias canabinóides ao líquido utilizado na produção do vapor pode ser a responsável.
Autoridades de saúde pública devem ficar atentas a esse tema, orientando a população, em especial os adolescentes, quanto aos potenciais riscos.
Existem outras alternativas para te ajudar a parar de fumar. Pergunte seu médico.
Eu sou o Dr. Silvio Musman, especialista em pneumologia, medicina do exercício e distúrbios do sono.
silviomusman@yahoo.com.br