Saúde Plena

Câncer será, em breve, a doença com maior taxa de mortalidade no planeta

Durante o Congresso Europeu de Cardiologia 2019, em setembro último, em Paris, foi publicado um estudo PURE (Prospective Urban Rural Epidemiology), que procura prever a evolução futura de um fato). Esse importante estudo mostrou o impacto de 14 fatores de risco modificáveis, curiosamente incluindo como fator de risco a poluição do ar.


Os principais desfechos (momento em que ocorre o evento) foram a incidência de doença cardiovascular, câncer e doença respiratória.

O estudo considerou a mortalidade ente adultos entre 35 e 70 anos, realizado em 21 paises de alta, média e baixa renda de 5 continentes, e teve número significativo de participantes, 162.534 pacientes.

Durante o período de 9,5 anos do estudo, 7% dos participantes morreram, 5,7% tiveram doença cardiovascular, 3,2% manifestaram câncer e 1,1%, doença pulmonar crônica.

A doença cardiovascular ocorreu com mais frequência nos países de baixa e média renda. Entretanto, a incidência de câncer e de doença pulmonar crônica, foi mais comum nos países de ALTA RENDA.

A mortalidade total em países de baixa renda foi o dobro dos países de média renda e 4 vezes maior do que nos países de alta renda.

A doença cardiovascular foi a causa mais comum de morte (40% do total), mas somente 23% das mortes ocorreram nos países de alta renda (contra 41% nos de média renda e 43% nos de baixa renda), a despeito da maior prevalência dos fatores de risco cardiovascular nos países de alta renda.


Conclui-se que, entre adultos na faixa de 35 e 70 anos, a doença cardiovascular é a principal causa de mortalidade global.

Mas nos países de alta renda e em alguns de média renda, a mortalidade por câncer é agora mais comum que a morte por causa cardiovascular, indicando uma mudança na causa predominante de morte em indivíduos de meia idade.

Como a doença cardiovascular diminui em vários países, a morte por câncer, provavelmente, irá liderar como causa de mortalidade.

A elevada mortalidade em países mais pobres não está relacionada a fatores de risco, mas possivelmente ao difícil acesso ao serviços de saúde. Observa-se nitidamente hoje em nossos consultórios o aumento alarmante na incidência de câncer, como também na multiplicação dos serviços de oncologia.

 

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