Marília, 32 anos, casada, sem filhos, diretora de marketing de uma grande empresa, decidiu que estava na hora de pensar em aumentar a família, após completar seu mestrado e doutorado. Já tinha viajado bastante, muitas amigas já eram mães, seu marido dando uma pressãozinha, enfim, decidiu engravidar. A personagem não é verdadeira porém a história é bastante comum.
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Diferentemente do homem, que produz espermatozoides novos a cada dois meses em média, a mulher nasce com os óvulos que terá por toda a vida. É o que os médicos chamam de reserva ovariana. Ao longo da vida, mesmo na infância, antes de menstruar, a menina vai tendo uma diminuição gradativa da reserva ovariana, de modo que, aos 38 anos, essa mulher já consumiu 3/4 da reserva!
À medida que envelhecemos, não só a reserva ovariana diminui mas também diminui a qualidade dos óvulos, o que pode gerar redução da fertilidade feminina, abortos espontâneos e malformações cromossômicas fetais.
O tempo não para mesmo. Mas o que fazer? O mais importante é a informação e estar ciente dos fatos antes de fazer escolhas reprodutivas: visitar o Ginecologista para colocar o exame de prevenção em dia, contar sobre a vontade de engravidar e história ginecológica, verificar a regularidade dos ciclos menstruais.
Após suspender o método anticoncepcional, a mulher pode engravidar naquele mês ou em até um ano, sem que haja qualquer problema. Para mulheres acima de 35 anos, o prazo para início da investigação reduz para seis meses. Se a partir daí não engravidou, a mulher e o parceiro dela deverão fazer exames iniciais para investigar a infertilidade e que compreendem dosagens hormonais, um exame contrastado do útero e trompas (histerossalpingografia) e o espermograma.
Não adianta investigar somente a mulher. 40% das causas de infertilidade são pelo fator masculino, isto é, o homem tem algum problema que deverá ser corrigido. Se os exames estão normais e os ciclos, regulares, o casal deverá ser encaminhado ao especialista em Reprodução Humana para investigação adicional e tratamento especializado.
A Medicina Reprodutiva oferece vários tratamentos, desde aqueles com baixa complexidade, como estimulação da ovulação, até técnicas de reprodução assistida que envolvam óvulos da própria paciente ou óvulos e espermatozoides doados, tudo dentro de diretrizes éticas e legalmente regulamentadas. A taxa de sucesso depende principalmente da idade da paciente e da técnica utilizada mas gira em torno de 30% nos casos de fertilização in vitro. Os casais homoafetivos têm cada vez mais procurado as clínicas de reprodução assistida.
Na última década, os avanços da Medicina Reprodutiva permitiram o congelamento de óvulos, o que aumenta a probabilidade de gravidez futura se o plano é adiá-la agora. Quanto mais cedo é feito o congelamento, maiores serão as chances de sucesso. A ciência não para de avançar e nas próximas décadas outras descobertas poderão ampliar ainda mais o horizonte reprodutivo da mulher.
Você tem dúvidas? Fale comigo: marcoszagury@hotmail.com