Apneia: parada respiratória durante o sono é risco grave para saúde

Falta de atenção e concentração provocada pela sonolência durante o dia em quem dormiu mal à noite pode causar inclusive acidentes de trânsito

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(foto: Pixabay)

Há alguns meses, circulou nas redes sociais uma matéria que causou surpresa entre os leitores. Uma americana de 47 anos atirou no marido por ele estar roncando alto demais.

Um pouco antes, foi a vez de a Revista Superinteressante publicar um texto afirmando que o ronco é a terceira maior causa de divórcios no mundo, ficando atrás somente da infidelidade e dos problemas financeiros.

Por mais absurdas que possam parecer essas notícias, elas chamam a atenção para um distúrbio muitas vezes negligenciado e que pode prejudicar bastante a qualidade de vida do paciente e das pessoas de seu convívio.

Estima-se que cerca de 54% da população adulta sofre de ronco. Um problema comum que, frequentemente, não recebe tratamento.

O ronco por si só representa um transtorno do ponto de vista social, bastante constrangedor para muitos pacientes. No entanto, quando está associado a paradas respiratórias durante o sono, conhecidas como apneias, o problema pode ser mais sério.

Usualmente, pessoas que roncam e tem apneias acordam indispostas e com sensação de sono pouco reparador, o que resulta em episódios constantes de sonolência durante o dia.

Para esses indivíduos, atividades simples como ver televisão, trabalhar em computador, assistir a aulas ou palestras, participar de reuniões ou dirigir podem se transformar em tarefas complicadas.

A sonolência ao volante, registrada em boa parte dos pacientes que sofrem de apneia, merece atenção especial, já que pode levar a sérios acidentes de trânsito.

Os problemas não param por aí: pessoas com Apneia Obstrutiva do Sono não tratada tem de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver doenças cardíacas. O distúrbio tem sido ainda associado ao aparecimento de doenças degenerativas cerebrais, como o Mal de Alzheimer.

O diagnóstico do paciente que ronca é realizado muitas vezes de forma multidisciplinar. Ele inclui, obrigatoriamente, o exame das vias aéreas superiores, realizado pelo Otorrinolaringologista, e a polissonografia  - um exame que permite diagnosticar e quantificar distúrbios que acontecem durante o sono.

Se você ronca e tem apneias, não deixe de procurar um especialista.

E se tem alguma dúvida, mande pra mim: rattes.otorrino@gmail.com

 

Alexandre Rattes é médico otorrinolaringologista (RQE 6367) formado pela UFMG.

Especialista em ronco, apneia do sono, surdez e doenças do nariz e garganta. Especialista pelo Hospital das Clinicas da UFMG/1990 

rattes.otorrino@gmail.com