Há alguns meses, circulou nas redes sociais uma matéria que causou surpresa entre os leitores. Uma americana de 47 anos atirou no marido por ele estar roncando alto demais.
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Estima-se que cerca de 54% da população adulta sofre de ronco. Um problema comum que, frequentemente, não recebe tratamento.
O ronco por si só representa um transtorno do ponto de vista social, bastante constrangedor para muitos pacientes. No entanto, quando está associado a paradas respiratórias durante o sono, conhecidas como apneias, o problema pode ser mais sério.
Usualmente, pessoas que roncam e tem apneias acordam indispostas e com sensação de sono pouco reparador, o que resulta em episódios constantes de sonolência durante o dia.
Para esses indivíduos, atividades simples como ver televisão, trabalhar em computador, assistir a aulas ou palestras, participar de reuniões ou dirigir podem se transformar em tarefas complicadas.
A sonolência ao volante, registrada em boa parte dos pacientes que sofrem de apneia, merece atenção especial, já que pode levar a sérios acidentes de trânsito.
Os problemas não param por aí: pessoas com Apneia Obstrutiva do Sono não tratada tem de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver doenças cardíacas. O distúrbio tem sido ainda associado ao aparecimento de doenças degenerativas cerebrais, como o Mal de Alzheimer.
O diagnóstico do paciente que ronca é realizado muitas vezes de forma multidisciplinar. Ele inclui, obrigatoriamente, o exame das vias aéreas superiores, realizado pelo Otorrinolaringologista, e a polissonografia - um exame que permite diagnosticar e quantificar distúrbios que acontecem durante o sono.
Se você ronca e tem apneias, não deixe de procurar um especialista.
E se tem alguma dúvida, mande pra mim: rattes.otorrino@gmail.com
Alexandre Rattes é médico otorrinolaringologista (RQE 6367) formado pela UFMG.
Especialista em ronco, apneia do sono, surdez e doenças do nariz e garganta. Especialista pelo Hospital das Clinicas da UFMG/1990
rattes.otorrino@gmail.com