Saiba como minimizar o envelhecimento da pele

Não tem escapatória, mas é possível prevenir e ajudar o corpo a protelar os efeitos do tempo. Dermatologista explica o processo natural e indica cuidados para prolongar a beleza da cútis

Estado de Minas 19/08/2019 15:34
Condor/divulgação
Pele madura exige mais cuidados (foto: Condor/divulgação)
Ninguém está livre dos efeitos do tempo: com o passar dos anos, é natural sentir muitos deles, literalmente, na pele. Neste cenário, o rosto é o mais afetado por estar sempre descoberto. Quem já passou de certa idade e não contabiliza rugas, flacidez e linhas de expressão
 
 
“Essas alterações vão muito além do que os olhos conseguem ver e atingem as três camadas da pele: epiderme, derme e hipoderme”, comenta a médica dermatologista Luciana Maluf, consultora de beleza da Condor. Não por acaso, reconhece, o movimento em clínicas de dermatologia e cirurgia plástica não para de crescer. No entanto, há medidas e cuidados de prevenção capazes de mitigar o envelhecimento cutâneo da face, garante a especialista.  

“O processo de envelhecimento é contínuo e inevitável, seja do ponto de vista anatômico, cardiovascular, alimentar, imunológico ou metabólico. Com a pele, o maior órgão do corpo humano, não é diferente”, avalia. 

A profissional destaca que os efeitos do tempo sobre o organismo são chamados de envelhecimento intrínseco. “Aquele que ocorre naturalmente com a passagem dos anos”, e destaca os sinais que provocam na pele. 

Sinais de que a pele está madura 


Maluf diz que os primeiros sinais aparecem na camada mais externa da cútis, em que “surgem as manchas e alterações de cor (mais amarelada) e de textura, ficando mais áspera e com um aspecto translúcido”. Ela lembra que essa transformação ocorre porque a renovação celular diminui com a idade.

Também a camada intermediária (derme), que sustenta a pele, sofre uma atrofia pela destruição das fibras colágenas e fibras elásticas. “É aí que surgem as rugas mais profundas.”  
 
Kesley Vere/Pixabay
Envelhecimento da pele (foto: Kesley Vere/Pixabay)
 
 
E, por fim, na camada interna (hipoderme), formada basicamente por células de gordura e outras cuja função é unir a derme ao corpo e fazer a manutenção da temperatura corporal, a tendência é de diminuição da espessura.
 

Nova fase exige novas rotinas 

 
A médica frisa que a pele do idoso apresenta, ainda, uma menor atividade das glândulas produtoras de sebo e de suor, por isso tende a ser mais ressecada e desidratada. Além disso, com a menor atividade de células produtoras de colágeno e elastina, fibras que dão firmeza e sustentação, a pele fica mais fina, flácida e com sulcos, as chamadas linhas de expressão e rugas.

Outro fator comum nessa fase é a diminuição da atividade imunológica, que torna a pele mais suscetível a infecções como micoses, viroses e herpes (do tipo simples e a chamada zoster – causada por infecção viral e capaz de provocar bolhas). O câncer de pele também aparece como risco por conta da exposição exagerada ao sol. “Por isso, é fundamental uma observação cuidadosa em caso de lesões persistentes, que não cicatrizam. Elas devem ser examinadas por um especialista para descartar ou confirmar esses diagnósticos.”
 
Em qualquer momento da vida, a dermatologista afirma que cuidados básicos como o uso do protetor solar são indispensáveis. Mas a maturidade exige ainda mais. “Entre os cuidados diários com a pele neste momento da vida, as recomendações incluem banhos mornos (com sabonetes delicados e que não façam tanta espuma) e hidratação constante. É possível utilizar hidratantes à base de glicerina, ureia ou mesmo produtos que contenham as gorduras normalmente encontradas na pele humana. Isso ajuda a manter a hidratação e evita a coceira decorrente da espessura mais fina e da textura seca”, recomenda.
 
A hidratação contribui ainda para aumentar a resistência da pele às infecções oportunistas. “Uma pele hidratada sofre menos com traumas e microlesões”, garante.
 

Pele e menopausa

 
A menopausa, conjunto de transformações e reações comuns no processo de envelhecimento feminino, também implica mudanças na pele. “Com a queda gradativa dos hormônios estrogênio e progesterona, a pele fica mais ressecada e há a perda das fibras elásticas e de colágeno. Esse cenário provoca uma 'baixa' na elasticidade e no tônus, levando à flacidez”, discorre a dermatologista.
 
Nesta fase, mais uma vez, o uso de protetor solar é essencial.  “A prevenção e o combate ao problema estão na fotoproteção, uma vez que a radiação é uma grande vilã no processo de envelhecimento da pele. O ideal é fazer uso diário do protetor com FPS 30, com reaplicações. Para evitar o ressecamento cutâneo, comum nesta fase, o hidratante também é indispensável. Uma dica é buscar informações sobre os dermocosméticos que tenham propriedades antioxidantes, que incentivam a produção de colágeno e garantem a nutrição da pele”, ressalta.
 
A médica também indica a dermatologia estética como grande aliada para a melhoria do aspecto da pele. Lembrando que a visita ao profissional credenciado é o primeiro passo . “Procedimentos como o preenchimento com ácido hialurônico, tratamentos com laser de CO2 e luz pulsada, realização de peelings e aplicação de toxina botulínica estão entre os indicados”, conclui.