O paciente sai do oculista com a receita dos óculos em mãos, mas quando chega à ótica fica confuso: entre os vários modelos de lentes disponíveis no mercado, qual é o melhor? 

Com o avanço da tecnologia em torno da fabricação do produto, dúvidas em relação às propriedades da lente, custo x benefício e adaptabilidade são cada vez mais comuns. 

 

 

 

Obviamente, é o médico quem indica o grau de correção para distúrbios como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou até mesmo a presbiopia (dificuldade de foco devido ao envelhecimento). Mas as propriedades da lente podem não estar pré-definidas na receita. 

Especialista, Paula Gusmão, CEO da eÓtica, afirma que entre os critérios para decidir a escolha da lente estão frequência de uso do óculos, necessidade de tratamentos e o preço que o consumidor está disposto a pagar. 

A seguir, Paula e o oftalmologista João Marcelo Lyra descrevem as funções dos principais modelos do mercado. Confira: 

As lentes básicas são as mais simples que existem no mercado. Elas não oferecem nenhum tipo de tratamento, como o antirreflexo e o anti-risco. Mas se essas lentes não contam com nenhuma proteção extra, para quem elas são recomendadas? Segundo o oftalmologista, esta é a melhor opção para as pessoas que usam pouco os óculos, em atividades mais simples. “Quem raramente utiliza o computador ou o celular e evita as leituras mais longas, pode optar por esse tipo de material que também tem os menores preços entre as opções”, completa. 

Você trabalha em frente ao computador o dia todo ou usa o celular muitas horas por dia? Então as plus podem funcionar melhor para o seu caso. Elas têm tratamento antirreflexo, o que evita o cansaço visual durante a leitura. Apesar disso, óculos que contam com o material não oferecem outras soluções específicas, como o anti risco, antiembaçante e anti engordurante. “Essas possuem um bom custo-benefício para a maioria das pessoas, em virtude do uso de telas cada vez mais frequente”, completa Lyra.

Para quem deseja um material que reúna todos os tipos de tratamento oftálmicos, as lentes premium são o ideal. Ao contar com soluções que contribuem com sua durabilidade e protegem a saúde dos olhos, elas são consideradas as mais completas que existem. Por oferecer diversas opções de tratamento que aumentam a qualidade do óculos, costumam ter o preço mais elevado.

O médico chama a atenção para outro fator que deve orientar a escolha das lentes: optar por modelos multifocais ou fotocromáticas e definir a espessura do material — superfina, fina ou grossa. “O tempo de uso diário da peça também deve ser levado em conta. Por isso, conversar com o seu médico sobre todas essas questões é pré-requisito básico na hora de decidir qual lente irá adquirir”, aponta. 

As tecnologias aplicadas às lentes também são fundamentais para proporcionar o tratamento adequado e a efetividade na correção dos problemas de visão. Conheça as mais comuns: 

Para quem passa grande parte do dia em locais de maior iluminação ou muitas horas em frente ao computador ou celular, as lentes antirreflexo são o ideal. Elas são indicadas especialmente para pessoas que precisam de graus elevados — miopia e hipermetropia. Além de oferecer um conforto visual maior durante o dia, essas lentes auxiliam na sensação de olhos diminuídos ou aumentados.

Em particular, para quem tem miopia a orientação é combinar a proteção ultravioleta, o antirreflexo e o anti-risco. Dessa forma, é possível se sentir confortável com um material que vai durar por muito mais tempo.

Com uma camada de quartzo aplicada em sua superfície, a lente com tratamento anti-risco possui proteção contra impactos e quedas, o que evita o perigo de arranhões e outros problemas que possam afetar a estética dos óculos. Essa tecnologia previne, ainda, danos menores que podem ser causados durante a limpeza da peça com a flanela. Logo, aumenta também a durabilidade da lente e é sempre associada a outro tratamento.

As lentes fotocromáticas ou fotossensíveis são aquelas que se adaptam de acordo com o ambiente. Ou seja, escurecem na luz solar e clareiam em ambientes fechados. Esse tratamento permite muita praticidade para os usuários de óculos de grau que não precisam mudar o modelo ao saírem ao ar livre. Realizado diretamente na lente, esse tipo de tratamento oferece proteção contra os raios ultravioletas UVA e UVB. Por isso, protege também a saúde dos olhos e da pele ao redor dos óculos.

Além dessas, existem também tecnologias antiembaçante e antiengordurante, que dispensam a limpeza recorrente das peças. Nesse caso, o uso de uma flanela é suficiente para eliminar qualquer resquício ou sujeira.

Na opinião do oftalmologista João Marcelo Lyra, a recomendação mais recorrente é a de antirreflexo e anti-risco, em virtude do uso frequente das telas. Além da indicação das lentes fotossensíveis para aqueles que não desejam ter óculos de sol com grau, além dos óculos tradicionais.