Para muitos pode parecer bobagem. Afinal, o avião é considerado o segundo meio de transporte mais seguro do mundo. Porém, o medo de voar é mais comum do que imaginam os passageiros: segundo pesquisa do Ibope, três em cada quatro brasileiros temem as viagens aéreas.
Segundo especialistas, a aviofobia pode estar relacionada a vários fatores: um trauma específico, medo de estar nas alturas, relacionada ao temor de morrer ou até mesmo pelo indivíduo sofrer um trauma vicariante (desenvolvido a partir de relatos de outras pessoas ou até mesmo por ter vivenciado a situação de perigo), entre outros motivos.
No entanto, independentemente da razão, o medo ou trauma em questão afeta a vida pessoal e profissional da pessoa, impedindo muitas vezes, por exemplo, que ela faça aquele passeio em família para outro país que há tempos deseja ou até mesmo limitando viagens de negócios importantes na carreira.
Tratamento
A boa notícia é que existe um tratamento que promete bons resultados contra a aviofobia, a eye movement desensitizationand reprocessing ou dessensibilização reprocessamento por meio dos movimentos oculares (EMDR). Quem explica é Ana Lúcia Castello, psicóloga e presidente da Associação Brasileira de EMDR. “Trata-se de uma abordagem terapêutica reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que reprocessa traumas e lembranças no cérebro, atuando no tratamento eficaz de medos e fobias.”
A especialista lembra que o tratamento objetiva controlar as emoções causadas pela aviofobia, como ansiedade, estresse, taquicardia, crises de pânico e até possíveis desmaios. “Indicado para todas as idades, o EMDR é realizado em oito fases e deve ser seguido à risca para que a pessoa tenha acesso a todos os pilares da memória necessários para reprocessar traumas e medos. São trabalhados imagens, crenças negativas e até mesmo as sensações corporais”, destaca Ana Lúcia.
Abordagem
A psicóloga revela que, no Brasil, a abordagem terapêutica integrativa de EMDR se utiliza de estímulos visuais, auditivos e ou táteis durante todas as fases da terapia. “Esses estímulos promovem um reprocessamento das memórias traumáticas, uma modificação dos sentimentos negativos e transforma a forma como sensações corporais aparecem para o paciente, instigando a rede onde está presa a lembrança ou o medo”, discorre.
Ela destaca ainda que, durante as sessões, o paciente é incentivado a expor seus medos ou sensação traumática. “ As informações perturbadoras são desatadas. Nesse processo, pensamentos, sentimentos, medos, traumas, imagens e emoções negativas vão desaparecendo e, espontaneamente, sendo substituídos por uma atitude positiva" , completa.
Vale destacar que a terapia EMDR é é utilizada para todo tipo de fobia e trauma, incluindo situações delicadas pós-traumáticas.