Sem dúvida, a barba é um atributo estético que marca a identidade. Assim, pessoas que têm cicatrizes ou mesmo falhas e se sentem incomodadas com isso podem optar pelo transplante de barba. O procedimento cirúrgico é bem simples e realizado sob anestesia local, podendo durar entre duas e cinco horas. É indolor, como é o período de recuperação, o que pode levar cerca de quatro dias. Para esse procedimento, os objetivos podem variar entre um enchimento, uma cobertura fina de uma área limitada ou até o pleno restabelecimento de um cavanhaque ou mesmo uma barba espessa. Uma vez transplantados, os pelos são permanentes, crescem com textura semelhante e podem ser raspados, cortados e estilizados, tal como seria, naturalmente, com o cabelo facial.
O cirurgião plástico Carlos Eduardo Leão, um dos pioneiros do transplante no mundo, esclarece que a técnica é recomendada tanto para os pacientes imberbes (sem barba) como aqueles com barba falhada ou cicatrizes na face em áreas da barba ou decorrentes de lábio leporino. “Nesse caso, o estigma dessa cicatriz pode ser totalmente camuflado. O paciente passa a ter inúmeras opções em seu visual.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Academia Mineira de Medicina, além de presidente da Associação Brasileira de Restauração Capilar para o próximo biênio 2019/20, Carlos Eduardo crê que o modismo não é e nunca será indicação de qualquer cirurgia, mesmo as de cunho eminentemente estético. “Porém, o desejo de ter barba ou de corrigir suas falhas é legítimo e, dada a extraordinária evolução técnica da restauração capilar nos mais diversos segmentos corporais, passou a ser um procedimento cirúrgico em ascensão na especialidade. Em recentes estudos da Universidade de Southern Queensland, na Austrália, 55% dos homens do planeta usam barba, bigode ou ambos e essas áreas cobertas ficam um terço menos expostas à radiação solar. A área doadora também é a mesma utilizada para tratar a calvície. Utilizam-se os cabelos localizados numa região específica da nuca e das laterais do couro cabeludo logo acima das orelhas.”
Carlos Eduardo explica que o transplante de barba é feito, normalmente, com anestesia local, associada a uma sedação ministrada por um anestesista.
TÉCNICA
O médico ressalta que os exercícios físicos estão permitidos após 10 dias.
Os pacientes que atingiram a maioridade representam a maioria dos candidatos. “A mudança que o transplante de barba promove no paciente imberbe deve ser muito bem discutida com ele. Muito embora ao se barbear o paciente retorne à sua aparência física de antes, a barba passa a fazer parte de sua nova vida, podendo influenciar indelevelmente em sua personalidade.
SATISFAÇÃO
Lucas Pereira Magalhães, de 33 anos, morador da cidade de Araçuaí, Região do do Médio Jequitinhonha, Nordeste do estado, conta que se submeteu ao transplante de barba há cerca de 10 meses e garante que está muito satisfeito com o resultado. “Fiz por uma questão de estética mesmo. Minha barba tinha falhas e hoje é toda preenchida, serrada, vamos assim dizer. O resultado foi excelente. Cheguei ao hospital às 5h e saí lá pelas 18h, já com a barba toda recomposta. Não senti dor e recomendo para aquelas pessoas que não se sentem bem com algum tipo de falha ou escassez de barba.”
O caso de Lucas deverá ser exposto por Carlos Eduardo em algum congresso internacional, pois os pelos transplantados não chegaram a cair, o que seria absolutamente normal. “O meu caso foi muito bem-sucedido, não tive nenhum tipo de problema.