Transtornos de ansiedade podem estar envolvidos no consumo da maconha, mostra um estudo publicado na revista da Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente (Jaacap, em inglês). Os autores analisaram mais de mil participantes e observaram que um quarto dos usuários apresentou algum tipo de distúrbio de ansiedade durante a juventude. A pesquisa também revelou que parte dos adolescentes que usavam a droga quando jovens a deixaram na vida adulta.
As descobertas são baseadas em dados de 1.229 participantes do estudo Great Smoky Mountains, uma investigação de longo prazo que analisou moradores de 11 municípios da Carolina do Norte. Os autores do estudo rastrearam os padrões de uso dos participantes desde os anos de faculdade (19 a 21 anos) até a idade adulta (26 a 30 anos).
Os pesquisadores rastrearam dados em inúmeras áreas de interesse, incluindo saúde mental, educação, realização de trabalho e uso de drogas e álcool. Eles definiram o uso de cannabis como “problemático” quando o consumo era diário. Os investigadores descobriram que mais de três quartos (76,3%) dos participantes não usaram maconha nem desenvolveram problema com ela durante o período. Ao analisar o grupo que demonstrou vício, os cientistas constataram que um quarto dos integrantes apresentou transtornos de ansiedade. Muitos relataram ter o problema desde a infância.
De acordo com o estudo, esses jovens também tiveram maior envolvimento com a Justiça, e a maioria declarou que grande parte dos amigos também consumia drogas.
Os dados também mostraram que boa parte dos adolescentes que utilizaram cannabis superara o hábito na idade adulta. Eles relataram ter problemas com maconha antes dos 16 anos de idade e também no final da adolescência, mas seus hábitos caíram à medida que envelheceram. “Quando esse grupo de crianças ia embora de casa, ele se saía melhor”, ressaltou Hill.
Os pesquisadores ressaltam que mais análises quanto ao hábito da droga devem ser explorados para que as abordagens médicas possam ser realizadas da melhor forma. “Nós também temos de começar a pensar em como abordar o uso problemático na população idosa, já que o número de usuários mais velhos também cresce”, detalhou a autora..