Os países caminham cambaleantes em direção às metas globais de melhoramento da saúde estabelecidas, em 2015, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Segundo um estudo divulgado em setembro na revista médica The Lancet, apenas 20% dos 37 objetivos são suscetíveis de serem cumpridos até 2030. O combate à tuberculose, ao vírus da Aids e ao suicídio está entre as falhas. Financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, o estudo traz também avanços: como a redução da mortalidade infantil e a eliminação da malária.
Os autores destacam uma “desigualdade considerável” nas projeções para 2030, sendo que os países com renda alta alcançariam 38% das metas, e os com renda baixa, 3%. Com base nas tendências registradas, Cazaquistão, Timor-Leste, Angola, Nigéria e Suazilândia teriam os avanços mais notáveis em nível mundial, principalmente pelas ações de redução da mortalidade infantil, focadas em planejamento familiar, presença de profissionais qualificados para os partos e acesso aos cuidados pré-natais.
Os indícios, porém, são de que nenhuma nação conseguirá atingir a meta da tuberculose - redução de 90% nas mortes relacionadas à doença e diminuição de 80% de novos casos. As Nações Unidas, aliás, têm alertado para os efeitos da carga global da doença infectocontagiosa. Em 2015, ela integrou a lista das 10 principais causas de morte no mundo, tirando a vida de 1,8 milhão de pessoas. 1,8 milhão de pessoas.
Obesidade
Ainda segundo o relatório, menos de 5% dos países atingiriam os objetivos de redução de suicídios, mortes em acidentes de trânsito e obesidade infantil, e só 7% poderiam eliminar novas infecções com o HIV. Por outro lado, mais de 60% dos 188 países avaliados podem alcançar as metas de redução da mortalidade infantil, neonatal e materna, e de eliminação da malária.
A mortalidade infantil até os 5 anos de idade caiu consideravelmente, segundo os autores: de 11,2 milhões em 1990 para pouco mais de 5 milhões em 2016, graças à vacinação e à melhoria das condições de vida. A meta é atingir 2,5 milhões até 2030. O documento destaca o progresso no Malawi, onde uma em cada quatro crianças morria antes de chegar aos 5 anos em 1990. Hoje, o número caiu para uma a cada 16.