Menos de três a cada dez pessoas no Brasil têm informações sobre o câncer renal, embora se trate de um dos tumores com as maiores taxas de mortalidade em todo o mundo. Ainda assim, a porcentagem de brasileiros familiarizados com a doença é superior às taxas dos outros países que participaram do levantamento. “Essa constatação reforça a importância de um amplo trabalho de conscientização sobre a doença, considerando que estamos justamente no Dia Mundial do Câncer de Rim (22 de junho)”, afirma a oncologista clínica Ana Paula Garcia Cardoso, do Hospital Israelita Albert Einstein.
No Brasil, a parcela mais jovem dos entrevistados pela pesquisa, com idade entre 21 e 25 anos, é aquela que mais conhece o câncer de rim e também o grupo que dispõe de mais informações sobre os diferentes tipos de câncer existentes. Já entre as pessoas de 36 a 50 anos de idade, apenas 26% estão familiarizadas com a doença, porcentagem que cai para 20% entre aqueles com 51 anos ou mais.
Em outra frente, o câncer de mama representa o tipo de tumor mais conhecido por todas as populações ouvidas no levantamento e o Brasil é o segundo país que está mais familiarizado com a doença, ficando atrás apenas do México. O último do ranking é o câncer colorretal, mencionado por apenas 21% dos entrevistados. No Brasil, essa porcentagem é ligeiramente superior, chegando a 25%, como demonstra a tabela abaixo:
Declaram ter informações sobre o tipo de câncer mencionado
Na visão dos entrevistados, o desconhecimento sobre o câncer renal está relacionado à baixa visibilidade da doença nos meios de comunicação e nas redes sociais, de modo que apenas 14% dos brasileiros ouvidos acreditam que a divulgação sobre esse tumor é adequada no País. Para outras populações, como a Argentina, essa porcentagem é ainda mais baixa, chegando a 8%, conforme a tabela a seguir:
Quando questionados sobre as possíveis fontes de informação sobre o câncer de rim, 86% dos entrevistados brasileiros disseram que esperariam encontrar esse conteúdo na internet. Também foram mencionados os profissionais de saúde (80%), as associações de pacientes (39%), a mídia impressa e eletrônica (24%), os amigos e familiares (19%), bem como as entidades governamentais (14%).
Percepções equivocadas
A falta de conhecimento sobre o câncer renal está diretamente associada a percepções equivocadas em relação às causas, sintomas e tratamento da doença no Brasil. A pesquisa aponta, por exemplo, que apenas uma em cada dez pessoas associa a enfermidade ao gênero masculino, quando na verdade a doença acomete quase duas vezes mais homens do que mulheres¹, especialmente na faixa etária que vai dos 50 aos 70 anos.
Em relação às causas da doença, apenas cerca de 30% dos brasileiros mencionam o tabagismo, a obesidade e a hipertensão como aspectos relevantes, embora esses elementos constituam os principais fatores de risco para o tumor. Por outro lado, 74% dos brasileiros citam, acertadamente, a presença de sangue na urina e alterações em sua coloração como alguns dos principais sintomas do câncer de rim. Considerando a média de todos os países ouvidos, essa porcentagem sobe para 75%. Já os demais sintomas associados à doença são pouco lembrados no Brasil, como febre e suores noturnos (35%) ou cansaço constante (36%).
O levantamento aponta ainda que o câncer de rim é visto como uma doença silenciosa, que nem sempre provoca sintomas, o que de fato corresponde à realidade. Essa é a percepção de 23% dos entrevistados brasileiros. “Realmente, os sintomas do câncer de rim dificilmente aparecem no início da doença. Por isso, grande parte dos pacientes acaba procurando o médico apenas quando o tumor já se encontra em estágios mais avançados. Ainda assim, alguns procuram por sintomas outros procuram por terem feito o diagnóstico ao acaso”, afirma a oncologista Ana Paula Garcia Cardoso.
Dados revelam que entre 25% a 35% dos pacientes apresentam metástase quando recebem o diagnóstico2. Apesar disso, 68% dos brasileiros reconhecem que a detecção precoce do tumor é um fator essencial para o melhor prognóstico do paciente.
O tratamento
Mais de 90% dos entrevistados pela pesquisa, considerando todos os países participantes, acreditam que o câncer renal tem tratamento. Mas três a cada dez brasileiros ouvidos não sabem dizer qual é o melhor tratamento para a doença. De fato, se no passado esse tipo de tumor era considerado uma doença com poucas opções terapêuticas, nos últimos anos foram desenvolvidas alternativas capazes de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar a sobrevida. Esse é o caso do medicamento Sutent (malato de sunitinibe), lançado no Brasil de forma pioneira pela Pfizer em 2006, como a primeira terapia-alvo do mercado nacional para o tratamento de primeira linha do câncer de rim avançado.
No ano passado a Pfizer lançou no Brasil outra terapia-alvo voltada para o carcinoma de células renais avançado (RCC), tipo mais comum de câncer de rim e que, historicamente, sempre esteve associado a uma forte resistência ao tratamento. Inlyta (axitinibe) está indicado para pacientes que já não respondem mais à primeira linha de tratamento com Sutent ou citocina, possibilitando a continuidade do tratamento.
Aprovado também nos Estados Unidos e na União Europeia, Inlyta é uma terapia-alvo oral baseada na inibição seletiva de receptores do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), que têm papéis importantes no crescimento dos novos vasos sanguíneos que nutrem o tumor e estimulam, assim, a progressão metastática.
A chegada de Inlyta ao mercado complementa o portfólio da Pfizer no Brasil para o tratamento de câncer renal, que já conta com Sutent e também com Torisel, desde 2010. Com isso, a Pfizer reafirma seu compromisso de investir em tratamentos inovadores que ampliem e melhorem a vida de pessoas, considerando o segmento oncológico como uma de suas áreas prioritárias para os aportes em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Iniciativas
O levantamento do Instituto Nielsen faz parte da campanha “Saber Ajuda”, uma iniciativa desenvolvida pela Pfizer na América Latina com o objetivo disseminar informações sobre o funcionamento do rim e as doenças que acometem o órgão, com foco especial na oncologia.
Ainda como parte das ações relacionadas ao Dia Mundial do Câncer Renal, a Pfizer também se uniu à Coalização Internacional de Câncer de Rim para apoiar a campanha “Perguntas e Respostas”. A ideia é que o público responda a um quiz, disponível em nove idiomas no portal da entidade (www.worldkidneycancerday.org), para testar seus conhecimentos sobre a doença e conhecer melhor os fatores de risco. Para cada questionário preenchido, um projeto de pesquisa relacionado ao câncer de rim receberá cinco dólares.
Os últimos dados epidemiológicos sobre o câncer de rim, divulgados pelo projeto Globocan, vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que 6.255 pessoas receberam o diagnóstico da doença no Brasil em 2012, sendo 3.761 homens e 2.494 mulheres. E existe uma tendência de aumento de casos nos próximos anos, considerando o processo de envelhecimento da população brasileira, a consolidação do tabagismo entre as mulheres nas últimas décadas e a progressão da obesidade no País.
Referências
1. Hudes G. mTOR as target for therapy of renal câncer. Clin. Adv. Hematal. Onco 5 (10): 772-4, 2007.
2. Kiran, Grupa. Epidemiologic and Socioeconomic Burden of metastatic renal cell carcinoma: A literature review. Cancer Treatments Reviews., Volume 34, Issue 3, May 2008, pags 193-205.