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Psicoterapeuta aponta autoconhecimento como caminho para ser feliz

Procurar dentro de si mesmo o potencial necessário para curar todas as emoções e viver plenamente a vida é o melhor caminho para ser feliz e se abrir para o outro

Izabella Dutra/ Especial para o EM
"Imagine se você conseguisse passar pelos problemas e adversidades com uma sensação de bem-estar psicológico, sem estresse excessivo ou ansiedade. Funciona mais ou menos assim" - Amanda Santos, psicóloga - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press
Para encontrar a felicidade, muitas pessoas precisam se encontrar e se conhecer a fundo. E é exatamente esse o segredo para alcançar a plenitude humana, segundo a psicoterapeuta Ailla Pacheco. “O autoconhecimento é o caminho. Não somos metades de laranja, não somos consumistas em potencial e não somos apenas um corpo. Dentro de cada ser existe todo o potencial necessário para curar suas emoções e sua vida. Bem como para encontrar seu próprio caminho”, defende.

Para Ailla, que também é professora de ioga, a meditação e o amor são as principais ferramentas para vivenciar o autoconhecimento e, assim, encontrar a felicidade: “Seguimos repletos de comportamentos ilusórios, buscando constantemente em coisas e pessoas uma alternativa para suprir um vazio que, na realidade, é interior. Mas a verdadeira felicidade só pode ser vivenciada através do encontro com o próprio eu.”

Os caminhos para o autoconhecimento são diversos e, principalmente, pessoais. Antonnione Leone já trilhou alguns, guardando e praticando aquilo que mais lhe fez bem. “Por muitos anos me interessei pelo hinduísmo, mas dele restou em minha vida apenas a prática do ioga, pois em questões eclesiásticas me identifiquei mais com a praticidade racional do zen.” Praticante há um ano, ele conta que o treino é constante, citando o mestre do sotto zen, Eihen Dogen Zenji: “Estudar o caminho é estudar a si próprio. Estudar a si próprio é esquecer-se de si próprio. Esquecer-se de si próprio é perceber-se uno a todas as coisas do universo”.

Doutorando em design e graduado em artes visuais, design gráfico e comunicação social, Antonnione encontrou a paz na simplicidade, e hoje também é monge zen
. Entre os benefícios que o ioga trouxe para sua vida ele destaca sua reconexão com Deus. “Não é sobrenatural, e sim funcional. É a preparação de seu corpo, mente, alma e coração. Mas engana-se quem pensa no ioga como exercícios respiratórios e físicos. Os resultados posturais, de flexibilidade corporal e pacificação das angústias são reflexos de um trabalho que envolve para além da carne”, pontua o designer.

Esse é um dos pilares do ioga e motivo pelo qual a prática faz tão bem para a mente. A professora Ailla orienta que, para tirar o máximo proveito dessa técnica tão famosa, é preciso muita disposição para mergulhar dentro de si, encarar as próprias dores e enfrentá-las, para então superá-las. E é exatamente isso que o processo terapêutico e o autoconhecimento propõem. Assim, não se encontra a felicidade em algo, mas dentro de si, quando a pessoa se encontra profunda e verdadeiramente.

A felicidade na prática


“Viajar gera mais felicidade que casar, diz pesquisa”; “Estudo mostra que amor traz mais felicidade do que dinheiro”; “Cientistas afirmam que experiências trazem mais felicidade do que posses”; “Pesquisa diz que força dos relacionamentos é chave para vida feliz.”

"Seguimos repletos de comportamentos ilusórios, buscando constantemente em coisas e pessoas uma alternativa para suprir um vazio que, na realidade, é interior. Mas a verdadeira felicidade só pode ser vivenciada através do encontro com o próprio eu" - Ailla Pacheco, professora de ioga - Foto: Cleo Baptista/DivulgaçãoO que não falta são pesquisas que tentam desvendar os mistérios da felicidade. Mas como ela se aplica na prática, na vida real? O que ocorre no corpo e na mente de uma pessoa feliz? “Imagine se você conseguisse passar pelos problemas e adversidades com uma sensação de bem-estar psicológico, sem estresse excessivo ou ansiedade exagerada. Funciona mais ou menos assim”, explica a psicóloga Amanda Santos de Oliveira
. Para ela, a felicidade não é um lugar, uma pessoa ou uma conquista, mas sim uma jornada, engrossando o coro de que ser feliz é encarar a vida de forma positiva e saudável, sabendo lidar com as adversidades da vida de maneira assertiva.

Ela explica que pessoas bem-humoradas têm uma boa absorção de serotonina e endorfina, hormônios que exercem papéis importantes no organismo: “Algumas de suas funções são proporcionar equilíbrio da pressão sanguínea, regulação do sono, alívio de sensações de dor, aumento de sensação de prazer e muitos outros benefícios”.

Para entender a dimensão do impacto que as emoções causam no nosso corpo, basta pensar no que é contrário à felicidade: a depressão, que é o transtorno causado pela má absorção de tais hormônios e neurotransmissores. A vida perde o brilho e falta vontade e força mesmo para as menores atividades. “Vários estudos comprovam a relação entre comportamentos negativos com disfunções do nosso organismo. Pessoas hostis, por exemplo, são caracterizadas no subtipo de pessoas mais propensas a doenças cardiovasculares. Além disso, pessoas deprimidas apresentam grande risco para piora no quadro de doenças crônicas, sem falar na dificuldade que elas encontram no que diz respeito à adesão de tratamentos médicos”, explica Amanda.