Felicidade, do latim felicitas: 1 – Qualidade ou estado de feliz; ventura, contentamento. 2 – Bom êxito; sucesso. 3 – Boa fortuna; sorte. O dicionário até tenta, mas dar um significado a felicidade não é assim tão fácil. Afinal, trata-se de uma questão que acompanha a humanidade há séculos e que, com o passar do tempo, ganha diferentes interpretações de acordo com o comportamento, a cultura e a identidade de uma época.
Há 2.400 anos, Sócrates iniciava nas ruas de Atenas, na Grécia, o debate que duraria até hoje. Abordada de Aristóteles aos grandes filósofos cristãos, a noção de felicidade ainda não é unânime nem absoluta. Mas uma coisa é certa: esse é o sentimento que move a humanidade, e os caminhos para desvendar seus mistérios são diversos.
Para uns, trata-se de uma vibração intensa. Para outros, é a vitalidade em sua forma mais exuberante. Um estado de euforia, a posse de bens, um momento efêmero, um estado de espírito. Para a aposentada Lúcia Maria dos Santos, de 76 anos, a felicidade é estar próximo da família, dos amigos, de dançar, passear e se divertir. Ela faz aulas de zumba, frequenta a Academia da Cidade, faz bordados e adora um bom papo. “Sou expansiva, gosto muito de conversar, de sair com minhas amigas e de estar perto do meu filho, que é meu ouro. Sinto tanta felicidade com ele”, conta.
A aposentada não gosta de ficar parada, quieta em casa. “Nada disso. Não penso na minha idade”, diz Lúcia Maria, acrescentando que a idade chega, mas não se entrega. “Não me sinto velha. Saio com os amigos e vejo a vida cor-de-rosa. Inclusive, falo com meus amigos para se mexerem que isso melhora o astral. Sinto-me feliz e procuro fazer os outros felizes.”
ESPIRITUALIDADE Se para a aposentada a felicidade está na alegria de simplesmente viver, para Alexandra Amaral é autoconhecimento. A descoberta do sentido da felicidade foi um processo desencadeado pela vontade de se curar e seguir em frente. Imersa em uma depressão, viu no desconhecido a única saída para a sua angústia. “Desde que a espiritualidade entrou na minha vida, não tive como ignorar as grandes perguntas”, conta a administradora, que começou a estudar filosofia e a se envolver em trabalhos voluntários, além de praticar técnicas como reiki e ioga. “Em dezembro de 2014, saí do meu trabalho e comecei viajar depois de ter uma recaída brutal na depressão. Em setembro de 2015, fui sozinha para os Estados Unidos com todo o dinheiro que tinha. Cresci achando que viajar era impossível porque nunca tivemos dinheiro para isso, mas resolvi dar uma chance para a vida me mostrar o que ela quisesse, sem expectativas. Precisava me entregar para a vida.”
Para encontrar a felicidade e se descobrir, Alexandra se afastou de tudo e de todos. Ficou um ano no país norte-americano, cruzando-o de leste a oeste e de norte a sul, passando três meses com apenas 20 dólares no bolso. “Até hoje não sei como isso aconteceu. Ganhei passagens, peguei caronas... Mas eu dormi na rua também. Quando falo para as pessoas dessa minha jornada, muita gente pensa que foi turismo. Mas não foi isso. Eu precisava encontrar todas as feridas da minha alma e deixá-las sangrar. Só assim pude atrair tantas coisas boas, porque parei de negar minhas próprias dores”, conta.
“Foi um aprendizado sem precedentes. Aprendi a realmente valorizar a vida no agora. A felicidade e a paz são escolhas. É uma busca que não pode ser comprada com dinheiro, aquisições ou com a carreira. Hoje, preocupo-me se estou amando, se posso amar mais e se eu estou presente”, diz Alexandra, que, anos atrás, era considerada workaholic e se via “torturada” por pensamentos como dinheiro e metas a serem cumpridas.
Há 2.400 anos, Sócrates iniciava nas ruas de Atenas, na Grécia, o debate que duraria até hoje. Abordada de Aristóteles aos grandes filósofos cristãos, a noção de felicidade ainda não é unânime nem absoluta. Mas uma coisa é certa: esse é o sentimento que move a humanidade, e os caminhos para desvendar seus mistérios são diversos.
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A aposentada não gosta de ficar parada, quieta em casa. “Nada disso. Não penso na minha idade”, diz Lúcia Maria, acrescentando que a idade chega, mas não se entrega. “Não me sinto velha. Saio com os amigos e vejo a vida cor-de-rosa. Inclusive, falo com meus amigos para se mexerem que isso melhora o astral. Sinto-me feliz e procuro fazer os outros felizes.”
ESPIRITUALIDADE Se para a aposentada a felicidade está na alegria de simplesmente viver, para Alexandra Amaral é autoconhecimento. A descoberta do sentido da felicidade foi um processo desencadeado pela vontade de se curar e seguir em frente. Imersa em uma depressão, viu no desconhecido a única saída para a sua angústia. “Desde que a espiritualidade entrou na minha vida, não tive como ignorar as grandes perguntas”, conta a administradora, que começou a estudar filosofia e a se envolver em trabalhos voluntários, além de praticar técnicas como reiki e ioga. “Em dezembro de 2014, saí do meu trabalho e comecei viajar depois de ter uma recaída brutal na depressão. Em setembro de 2015, fui sozinha para os Estados Unidos com todo o dinheiro que tinha. Cresci achando que viajar era impossível porque nunca tivemos dinheiro para isso, mas resolvi dar uma chance para a vida me mostrar o que ela quisesse, sem expectativas. Precisava me entregar para a vida.”
Para encontrar a felicidade e se descobrir, Alexandra se afastou de tudo e de todos. Ficou um ano no país norte-americano, cruzando-o de leste a oeste e de norte a sul, passando três meses com apenas 20 dólares no bolso. “Até hoje não sei como isso aconteceu. Ganhei passagens, peguei caronas... Mas eu dormi na rua também. Quando falo para as pessoas dessa minha jornada, muita gente pensa que foi turismo. Mas não foi isso. Eu precisava encontrar todas as feridas da minha alma e deixá-las sangrar. Só assim pude atrair tantas coisas boas, porque parei de negar minhas próprias dores”, conta.
“Foi um aprendizado sem precedentes. Aprendi a realmente valorizar a vida no agora. A felicidade e a paz são escolhas. É uma busca que não pode ser comprada com dinheiro, aquisições ou com a carreira. Hoje, preocupo-me se estou amando, se posso amar mais e se eu estou presente”, diz Alexandra, que, anos atrás, era considerada workaholic e se via “torturada” por pensamentos como dinheiro e metas a serem cumpridas.