Muita gente espera com ansiedade por esse momento. A proximidade do fim do ano anuncia que está chegando a hora de deixar as preocupações de lado e se divertir. Como o característico calor do verão não perdoa ninguém, praias, cachoeiras e piscinas ficam ainda mais charmosas. Além do perceptível aumento da temperatura, a incidência dos raios do Sol também se intensifica. Para se cuidar, a receita não é novidade para ninguém. Usar protetor solar, evitar horários de pico e se hidratar evitam muitos problemas. Mas outra parte do corpo sofre nesse período e precisa de atenção: os cabelos.
Mais que o frizz que incomoda muita gente nesta época do ano, o ressecamento dos fios é o principal problema de quem passa uma temporada no litoral ou frequentando clubes e piscinas. Com mais de 20 anos de experiência na área, o cabeleireiro Ramilton Inácio Ferreira, do LM Studio, atesta: “No período pós-verão, os clientes costumam chegar com os cabelos mais maltratados. Com certeza!”
Entre os vilões dos fios saudáveis nesta época do ano estão os raios ultravioleta emitidos pelo Sol, o sal da água do mar e o cloro, ainda muito usado na manutenção de piscinas. Cabelos mais claros e finos – ou que já tenham passado por diversas e frequentes intervenções estéticas, como pintura, descoloração e métodos de alisamento – são mais suscetíveis a esses fatores. Mesmo assim, quem mantém a cabeleira do jeito que veio ao mundo não pode se descuidar.
“Praia, piscina, essas atividades de verão, acabam ressecando muito os fios. Vai molhando o cabelo e secando no sol. Vai, digamos, 'cozinhando o cabelo'. E ainda há outros produtos que a pessoa usa na pele, como protetor solar ou descolorante para dourar os pelos com água oxigenada ou amônia e, sem querer, leva a mão suja ao cabelo. Isso atrapalha ainda mais a saúde desse cabelo”, diz Ramilton.
HIDRATAÇÃO Médica dermatologista da Clínica Regis, especializada em dermatologia em restauração capilar, Isabela Gomide explica que o dano mais importante causado pelo Sol é na hidratação do cabelo, assim como o sal da água do mar. Os dois fatores em conjunto acentuam ainda mais a evaporação da água do fio. O cloro, além de também influenciar nessa perda de líquido dos pelos, remove a oleosidade natural que nosso corpo produz para protegê-los. Além disso, esse produto químico usado em piscinas deixa cabelos mais claros com um desagradável tom esverdeado.
Há ótimos produtos no mercado
Pequenas atitudes podem ajudar a manter a saúde do cabelo durante a estação mais quente do ano, quando várias empresas lançam produtos específicos para o período. E a regra ao se expor muito ao Sol é a mesma para a pele: protetor solar. “Os protetores solares para cabelo funcionam muito bem. Hoje em dia, as marcas estão de olho nesse mercado. E a cada ano vemos mais produtos inovadores. Normalmente, são cremes sem enxágue para deixar no cabelo, pois eles protegem os fios como se fosse uma película”, aponta o cabeleireiro Ramilton Inácio.
Na praia, a cada banho de mar o indicado é dar um banho de água doce no cabelo, para remover o máximo de sal possível e reaplicar o produto de proteção. Além desse cuidado no local, ao chegar em casa ou no hotel é importante lavar novamente o cabelo com xampu e condicionadores específicos para estsa época do ano. Ramilton indica, ainda, que hidratações regulares durante o verão ajudam a manter os fios saudáveis.
“A maioria das marcas desenvolve produtos de cabelo para o verão. Xampus, condicionador, linhas para utilizar quando se está na praia com protetor solar. A característica especial desses produtos é a ação hidratante. Esses xampus, por exemplo, não têm um surfactante tão intenso, justamente para não danificar esse cabelo já muito exposto a fatores que o prejudicam. E são produtos indicados para mulheres e homens, com cabelos lisos, crespos, claros ou escuros. Não é comum, mesmo em marcas conceituadas, produtos específicos para cada tipo de cabelo. É um cuidado necessário para todos”, explica Isabela Gomide.
CLORO E LEITE Nas piscinas, o procedimento é o mesmo: saiu da água, lave os cabelos com água doce e reaplique o protetor solar para os fios. Mesmo que existam alternativas, o cloro ainda é muito usado. “Dê preferência para locais onde usem ozônio no tratamento da água”, indica Ramilton Ferreira. Alguns produtos para cabelo durante o verão contêm substâncias que o protegem contra o cloro, principalmente na questão do cheiro. Chegando em casa, outro banho é recomendado. “Hoje em dia, os clubes têm optado por tratamentos sem cloro nas piscinas, como o ozônio. Mas ainda não sabemos, não temos estudos, que indiquem os efeitos desses novos produtos sobre o cabelo”, ressalta, porém, Isabela. “Mas os produtos para o verão, geralmente, contam com substâncias que ajudam na remoção desses produtos de piscina”, completa. Quem tem os fios loiros ou mais claros pode sofrer um pouco mais com o cloro. Afinal, ninguém quer a surpresa de acordar com o cabelo verde. Toucas de silicone podem ser uma boa ajuda para evitar o contato com a água da piscina.
“Hoje em dia, o cloro está cada vez mais forte. Por isso é preciso que se tenha cuidado. Tenho observado que é cada vez mais difícil você tirar o tom esverdeado que ele dá ao cabelo. Um dia desses, uma cliente chegou querendo tirar esse tom esverdeado. Falei para ela que poderíamos descolorir ainda mais, mas que o cabelo ficaria muito danificado, sem resolver o problema. Sugeri que ela passasse leite, que, para mim, é a melhor coisa para tirar o cloro. Ela comprou o leite, deixou o cabelo um tempo imerso e conseguimos diminuir bastante o tom esverdeado”, conta Ramilton. Outra dica importante é evitar prender o cabelo com muita força após o banho de mar ou mergulho na piscina. O fio molhado já é mais frágil. Com a tração intensa, quebra-se facilmente.
Calvos, tenham a atenção redobrada
O cabelo é uma barreira natural contra a incidência dos raios ultravioleta. Quem perdeu boa parte dos fios deve, assim, ter cuidado redobrado, passando com frequência o protetor solar no couro cabeludo. A maioria dos homens calvos sabe disso: vai sair ao ar livre, ou usa o filtro solar ou se protege com chapéu. “Como é mais comum nos homens, eles já são mais conscientes do risco do câncer de pele. Mas as mulheres também devem ficar atentas. A calvície feminina é diferente da masculina, já que elas não costumam apresentar uma área totalmente calva. Mas o afinamento dos fios, aquele que quando se olha permite ver o couro cabeludo, que percebo um aumento dos casos em mulheres jovens, exige proteção”, afirma a dermatologista Isabela Gomide.