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A equipe liderada por Stine Mai Nielsen partiu do resultado de pesquisas que mostravam a ligação entre a esquizofrenia e o abuso de drogas, e decidiu fazer uma abordagem mais abrangente do problema. Para isso, analisaram registros de 3.133.968 dinamarqueses, sendo que 204.505 tinham um histórico de abuso de substâncias lícitas e/ou ilícitas e 21.305 haviam sido diagnosticados com o distúrbio mental. Foram considerados fatores como sexo, níveis de uso das substâncias, diagnósticos psiquiátricos de outros males, histórico médico e status econômico, entre outros aspectos.
A principal conclusão foi a de que, de forma geral, o abuso de substâncias lícitas e ilícitas aumentou o risco de desenvolvimento da esquizofrenia em seis vezes. No caso da maconha, o incremento foi de 5,2. No do álcool, de 3,4. As drogas alucinógenas aumentaram as chances de a doença ocorrer em 1,9 vez; sedativos, em 1,7; e anfetaminas, em 1,24. “O efeito foi significativo mesmo 10 a 15 anos após o diagnóstico de abuso de substâncias. Nossos resultados mostram associações robustas entre quase qualquer tipo de abuso de substâncias e um risco aumentado de desenvolver esquizofrenia mais tarde na vida”, destacaram os autores.
Apesar da forte relação percebida entre os dois fenômenos, a equipe da instituição dinamarquesa avalia que, com os resultados obtidos, não é possível determinar se as drogas podem aumentar o risco de esquizofrenia ou se as pessoas que sofrem com o problema de saúde são mais propensas ao abuso de substâncias tóxicas. Por isso, reforça a necessidade de realização de mais estudos. Complexa e sem causa definida, o distúrbio mental aumenta a possibilidade de o paciente morrer precocemente em 2 a 2,5 vezes, estima a OMS.