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O estudo é o primeiro a associar a quantidade de nicotinamida, uma vitamina natural, ao risco da doença em crianças. Os pesquisadores acreditam que a descoberta suporta evidências de que o eczema se origina à medida que o feto se desenvolve no útero, o que poderia ajudar a desenvolver tratamentos para reduzir os riscos do problema. “O creme de nicotinamida já é usado no tratamento de eczema, mas a associação entre os níveis dessa substância na mãe, durante a gestação, e o risco de os filhos apresentarem a condição não foi estudada previamente. Essa descoberta aponta para fatores potencialmente modificáveis nessa doença comum e estressante”, disse Sarah El-Heis, principal autora do trabalho.
A nicotinamida é uma forma de vitamina B3. Seus níveis são mantidos por meio da ingestão de alimentos, como carne, peixe, frango, cogumelos, nozes e café, assim como de produtos com triptofano, aminoácido encontrado na maior parte das proteínas. A substância e os nutrientes associados a ela são importantes para as respostas imunológicas do corpo e o metabolismo energético.
No estudo, os pesquisadores verificaram as quantidades da substância durante a gravidez em 497 mulheres. As taxas de eczema em seus filhos, aos 6 e 12 meses, também foram medidas. A associação foi ainda mais forte quando se consideraram os níveis de ácido antranílico, um metabólito do triptofano. Segundo os pesquisadores, a nicotinamida pode melhorar a estrutura, a umidade e a elasticidade da pele e, portanto, tem potencial de alterar o processo do eczema.
“São necessários mais estudos para investigar essa interessante associação, mas a descoberta é mais uma evidência dos potenciais benefícios de se ingerir uma dieta saudável e balanceada durante a gravidez”, afirmou Keith Godfrey, do Centro de Pesquisa Biomédica em Nutrição da universidade.
Como adultos
Outra pesquisa divulgada neste mês traz nova possibilidade de prevenção do eczema. Uma equipe de cientistas da Icahn School of Medicine at Mount Sinai e da Northwestern University’s Feinberg School of Medicine, ambas nos Estados Unidos, descobriu que, antes mesmo das manifestações dos sintomas da dermatite, a pele da criança com o problema tem um nível altamente anormal de ativação imunitária, quadro similar ao da pele lesionada de adultos que sofrem com a doença há muitos anos.
Para os cientistas, o resultado inédito pode abrir portas para o desenvolvimento de tratamentos mais personalizados. “As conclusões podem sugerir a necessidade de intervenção imunológica mais cedo, não só para tratar o eczema, mas, talvez, também para prevenir outras doenças alérgicas, como asma e alergias alimentares”, escreveram, em comunicado, os autores do estudo, publicado na edição on-line do Journal of Allergy and Clinical Immunology. Outra semelhança detectada foi que, tanto em crianças, quanto em adultos, o surgimento do eczema está associado ao aumento na ativação de linfócitos, incluindo as células de linfócitos Th2.