Técnicas de riso simulado são baseadas no conhecimento de que o corpo não pode distinguir entre a risada verdadeira daquela forçada. Ambas trazem benefícios à saúde, segundo observações anteriores. Ao longo de seis semanas, os idosos participaram de duas sessões de atividades físicas semanais, de 45 minutos cada, que incluíam de seis a 10 exercícios com risadas, que duravam entre 30 e 60 segundos. A atividade de riso era incorporada à rotina depois de cada quatro sessões de movimentos de força, balanço e flexibilidade.
Apesar dos benefícios dos exercícios para a saúde e os riscos do sedentarismo, muitos adultos não se exercitam suficientemente. Manter a motivação para aderir a programas regulares é um desafio para alguns idosos. Para conseguir se beneficiar, adultos precisam se exercitar por pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana. Os ganhos para a saúde são muitos, incluindo redução de mortalidade e menor risco de desenvolver condições crônicas, como doença coronariana, pressão alta, derrame, diabetes 2, síndrome metabólica, osteoporose, câncer de cólon, câncer de mama, ansiedade e depressão.
A atividade regular também reduz o impacto de declínios relacionados à idade, como perda de massa muscular, dificuldade para se equilibrar e incidência de quedas, entre outros. Tudo isso é crucial para os idosos manterem a habilidade de desempenhar tarefas do dia a dia.
Prazer
A associação prazerosa de rir e se movimentar pode ajudar a manter os idosos motivados. “Essa combinação é capaz de influenciar os mais velhos a começarem e se manterem no programa”, diz Celeste Greene, principal autora do estudo. “Queremos que os idosos tenham uma experiência positiva com a atividade física, então desenvolvemos um programa que especificamente tem como alvo o prazer de se exercitar por meio do riso. Rir é uma atividade agradável e traz muitos benefícios à saúde, então incorporamos a risada intencional ao programa para deixá-lo divertido.”
De acordo com Greene, a risada simulada pode ser a forma ideal de idosos com dificuldades funcionais ou cognitivas alcançarem os benefícios à saúde, o que inclui melhoras fisiológicas e psicológicas. Não há necessidade de habilidades cognitivas específicas para “entender a piada”, porque não há piada. Basta começar a rir.
Mais estudos são necessários para uma compreensão maior dos mecanismos por trás da risada, dos efeitos dos diferentes níveis de exposição ao riso e seus benefícios associados. Segundo Jennifer Craft Morgan, coautora do estudo, esse é o primeiro de cinco trabalhos que vão avaliar o potencial do riso simulado para a melhora da saúde de idosos.