Segundo o professor, os dispositivos foram pensados e construídos com o objetivo de ajudar pessoas que não conseguem se movimentar com as pernas e não têm força ou coordenação motora para manipular um joystick (tipo de controle acoplado a cadeiras com motor). “Para se movimentar, o músculo recebe sinais elétricos, que são como estímulos. Para a ativação da cadeira, colocamos eletrodos nos músculos do rosto do paciente, e, assim, ele consegue se locomover”, explica. No caso do acionamento pela movimentação dos olhos, um sensor que capta a direção do globo ocular é acoplado à cadeira, e um computador faz a conexão entre o sensor e o motor do equipamento. Esse equipamento foi testado por seis pacientes, incluindo crianças e idosos.
O coordenador do projeto enfatiza a importância de resguardar a segurança dessas pessoas.
Superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), Teresa Amaral avalia o projeto como uma boa iniciativa para a independência dos cadeirantes. Porém, segundo ela, é preciso pensar de que forma esse dispositivo será disponibilizado, principalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Parece um projeto muito bom, mas o governo tem dificuldades em distribuir cadeiras convencionais. Então, acredito que levará um bom tempo para que esta seja produzida em larga escala e distribuída”, afirma.
Ainda de acordo com ela, é preciso investir sempre na melhoria do acesso de cadeirantes a diversos locais. “É comum a ideia entre os governantes de que investir em acessibilidade é um favor. Acessibilidade é um direito. Não há meia acessibilidade: ou a cidade se prepara ou ela não está cumprindo com sua obrigação enquanto poder público”, defende Teresa. Segundo a Pesquisa Nacional em Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2013, 6,2% da população brasileira, ou seja, cerca de 12 milhões de pessoas, têm algum tipo de deficiência. Dessas, 2 milhões são deficientes físicos com graus variados de dificuldade de locomoção..