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Quando iniciou o tratamento com o laser, Rafaela ainda sentia incômodo e usava cremes anestésicos para aliviar o sofrimento. Apesar de ser mais caro, ela afirma que vale a pena investir na técnica pela durabilidade do resultado e pela comodidade de evitar a angústia da depilação mensal. Hoje, um ano após a realização da primeira sessão, seus pelos já voltaram a crescer, mas em menor quantidade. “O laser quase acabou com eles. Só vou voltar para fazer a manutenção.”
Por enquanto, a estudante não optou pelo tratamento em outras partes do corpo, mas devido a dor que sente toda vez que se depila com cera, a ideia não foge de seus planos. “Minha pele fica muito irritada e vermelha. É como se ela ficasse machucada. Tenho que me preparar psicologicamente algumas horas antes, porque sei que vou enfrentar muita dor.”
Quando a depilação é feita com cera, os pelos são arrancados pela raiz, o que provoca grande desconforto. Samara Kouzak, médica dermatologista da Clínica Derma Advance e especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que a sensibilidade varia de acordo com cada pessoa, pois o limiar de dor pode ser muito diferente entre cada um. “Existem pessoas que são muito mais sensíveis e o local da depilação faz muita diferença. Áreas como contorno e virilha completa são mais sensíveis. Além disso, a densidade de pelos e espessura dos mesmos também influenciam muito”, explica.
Quanto mais pelos e mais grossos eles forem, mais dor será sentida durante o processo. Isso acontece porque a melanina absorve mais calor, seja da cera quente, seja do laser. Por essa razão, muitas vezes, pessoas com peles morenas e negras sentem mais incômodo durante o processo, já que têm mais melanina e, consequentemente, mais calor a ser absorvido.
Para a aposentada Maria Célia Campos, 63, a depilação nunca foi um problema. Ela afirma ter grande tolerância a qualquer tipo de dor e conta que, quando começou a se depilar, há aproximadamente 40 anos, o procedimento gerava apenas um pequeno desconforto. “Sempre tive controle das dores e tentei dominá-las. Talvez, a insensibilidade à depilação esteja relacionada a isso.” Hoje, após os pelos terem afinado e a quantidade diminuído, nem sente quando precisa removê-los.
Não existe nenhuma forma de depilação pela raíz que seja totalmente indolor e definitiva. A opção menos dolorida é investir no tratamento a laser ou de luz pulsada (mais conhecida como fotodepilação). “É preciso procurar um bom profissional para fazer a fotodepilação. Se for usada luz muita baixa, os pelos afinam e diminuem muito, dificultando a eliminação dos mesmos nas outras sessões. O certo é apostar em uma intensidade de luz mais alta e com sessões menos frequentes. Dessa forma, tanto o laser quanto a luz pulsada tem o mesmo efeito”, ressalta a médica Samara.
A executiva de marketing Raquel Santos, 36, sofre com depilação à base de cera quente. “Sempre sinto uma dor de outro mundo. Parece que estão arrancando a minha pele”, descreve. Para diminuir o pesadelo, ela começou a usar a lâmina, porém, o resultado não foi positivo. No início era perfeito, pois não sentia dores, mas percebeu que era necessário usar a lâmina com muita frequência: a cada cinco dias, aproximadamente. Dessa forma, os pelos começaram a encravar demais, o que deixou a aparência da região feia, além de causar um grande incômodo. “Acabou que não valia a pena. Minha depiladora recomendou, então, o laser e decidi testar.”
Quando iniciou o tratamento, Raquel sofreu muito com as dores apesar de usar cremes anestésicos. Mas a promessa de um resultado duradouro fez com que a executiva persistisse. Após algumas sessões, veio o alívio: “Foi ótimo saber que estava livre do sofrimento de me depilar. Agora, só faço a manutenção uma vez por ano, o que é muito tranquilo!”, completa.
A dermatologista Samara Kouzak explica que o laser de diodo, mais comum nas clínicas, normalmente é mais doloroso se comparados a outros como alexandrita ou luz pulsada. A vantagem é que pode ser aplicado em qualquer tipo de pele, inclusive a negra. Esse tom de pele é mais sensível ao procedimento e tem mais riscos de ganhar cicatrizes e manchas. “O ideal é que a intensidade do cumprimento de luz utilizado seja menor e que, assim, mais sessões sejam feitas para que a pele não seja danificada devido ao calor em excesso”, explica a médica.
Para aqueles que se preocupam muito com o sofrimento, é possível aliviá-lo com o resfriamento da pele (lasers com ponteira resfriada ou que têm resfriador externo são ótimas alternativas) e com a aplicação de cremes anestésicos a base de lidocaína, aplicada entre 30 e 40 minutos antes do tratamento. Porém, é importante ressaltar que o uso de anestésicos devem ser feitos sob indicação médica, uma vez que, dependendo da extensão corporal da aplicação, pode ser absorvido pela corrente sanguínea e causar vários sintomas, como náuseas e sensação de gosto de metal na boca. Outra dica interessante é evitar o procedimento no período pré-menstrual, pois há liberação da substância inflamatória, a prostaglandina, que deixa a pele mais sensível.
Além disso, a dermatologista ressalta que existem algumas contraindicações quanto a realização da depilação a laser. “Pessoas bronzeadas não devem passar pelo processo, pois há muita melanina na superfície da pele e pode ocasionar manchas. Pessoas com doenças de pele que induzem uma fotossensibilidade (sensibilidade ao sol), como lúpus ou vitiligo, também devem evitar a técnica. Mulheres grávidas ou pessoas que estejam tomando medicações fotossensibilizantes, como antibióticos que contenham tetraciclina, também não devem fazer”, avisa.
Quer fazer?
- A depilação a laser ou luz pulsada (fotodepilação) pode ser realizada a cada 30 ou 45 dias, e a manutenção é indicada pelo menos uma ou duas vezes ao ano.
- São indicadas por volta de quatro a 12 sessões, e os valores de cada uma variam, aproximadamente, entre R$ 200 e R$ 500, dependendo de cada clínica ou da região do corpo.
- Esses tratamentos são ideais para áreas mais sensíveis, como virilha, ou para áreas que escurecem com facilidade, como axilas.