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O estudo, porém, não está fundamentado em nenhum ensaio clínico, de modo que não garante uma relação de causa e efeito entre o uso dos cigarros eletrônicos que contém nicotina e o número de pessoas que pararam de fumar.
Pesquisas anteriores colocaram em dúvida a eficácia dos cigarros eletrônicos como substitutos do tabaco. Alguns estudos afirmavam, inclusive, que o dispositivo representa para os adolescentes uma "porta de entrada" para o vício em cigarros.
Mas uma equipe de pesquisadores liderada por Emma Beard, da Universidade College London, assim como especialistas que não participaram do estudo, citam novas evidências convincentes de que usar o cigarro de vapor pode ajudar a parar de fumar.
"As tentativas de abandonar o cigarro passaram a ter mais sucesso no momento em que os cigarros eletrônicos ficaram populares", comenta Ann McNeill, especialista em dependência de tabaco na King's College de Londres, que não participou do estudo.
"Na minha opinião, os fumantes que lutam para parar de fumar deveriam tentar todos os métodos possíveis, incluindo os cigarros eletrônicos", acrescenta.
Quase um em cada cinco adultos fuma no Reino Unido. Os serviços públicos propõem ajudas para abandonar o tabaco, que incluem conselhos e prescrições.
Ao menos 2,8 milhões de britânicos utilizam o cigarro eletrônico.
Os 18.000 ex-fumantes no censo feito em 2015 por esta pesquisa representam um número "relativamente baixo", mas medicamente "significativo tendo em conta os enormes benefícios para a saúde de deixar o tabaco", afirmam os autores do estudo, publicado na revista British Medical Journal (BMJ).
Uma pessoa de 40 anos que para de fumar pode esperar viver nove anos a mais do que um fumante que sempre tenha fumado ao longo da sua vida, apontam os autores.
Outro relatório sobre os cigarros eletrônicos, divulgado simultaneamente pela publicação Cochrane Library, também chega à conclusão de que este dispositivo pode ajudar os fumantes a abandonarem o tabaco.
A revista Cochrane constata, ainda, em uma atualização das suas conclusões de 2014, que o uso do cigarro eletrônico não está associado a efeitos colaterais indesejáveis graves.