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SETEMBRO AMARELO

Suicídio de mulher que teve vídeo sexual exposto na internet choca a Itália

Promotores de Nápoles abriram uma investigação por "indução ao suicídio" e a justiça terá de determinar quem são os responsáveis diretos ou indiretos da morte

AFP - Agence France-Presse
Editorial do jornal 'Il Mattino': "Por que as imagens ainda estão na rede? Por que ainda rimos de uma moça que acabou com a própria vida devido às humilhações que sofreu?" - Foto: Reprodução Internet - https://www.ilmattino.it/
O suicídio de uma mulher que lutou por meses para que retirassem da internet um vídeo em que aparecia fazendo sexo levantou polêmica e indignação na Itália. Angustiada e humilhada por ter se transformado em alvo de todo tipo de bullying, Tiziana, 31 anos, tirou a própria vida. No Dia Mundial de Combate ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, o Saúde Plena publicou uma reportagem que mostrou o aumento de suicídios de crianças e adolescentes no Brasil. Um dos alertas dos especialistas era justamente para o vazamento de 'nudes' como gatilho para o autoextermínio de meninas adolescentes. Leia a matéria completa.

No caso de Tiziana, tudo começou há um ano, quando a jovem enviou para seu ex-namorado e algumas amigas um vídeo em que aparecia tendo relações sexuais com outro homem. O vídeo caiu na rede e foi visto por quase um milhão de internautas, sem que ela soubesse. Envergonhada, se mudou para Toscana e tentou mudar de identidade, mas seu pesadelo não acabou.

"Está filmando? Bravo", disse o homem no vídeo, palavras que ganharam força em forma de memes, hashtags e até mesmo em camisetas.

Depois de uma difícil batalha legal, Tiziana conseguiu que o vídeo fosse retirado de vários motores de busca e plataformas, como o Facebook.

No entanto, teve que pagar 20.000 euros por gastos processuais, um motivo a mais que a levou a acabar com sua vida, segundo a imprensa italiana.

"Por que as imagens ainda estão na rede? Por que ainda rimos de uma moça que acabou com a própria vida devido às humilhações que sofreu?", questiona o editorial do jornal "Il Mattino".


Os promotores de Nápoles abriram uma investigação por "indução ao suicídio" e a justiça terá de determinar quem são os responsáveis diretos ou indiretos da morte..