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Os últimos dados do Ministério da Saúde, até julho de 2016, confirmou 1749 casos de bebês nascidos com a malformação e outras doenças do sistema nervoso com suspeita de serem causadas por infecção congênita. Apesar dos riscos da doença, especialistas acreditam que é possível engravidar com segurança. Professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em reprodução humana, Selmo Geber afirma que as chances de um bebê nascer com microcefalia em razão do zika variam de 1% a 13%, de acordo com o local de residência. “Estar bem informado é a melhor forma de prevenção. Certamente, o zika ainda precisa ser mais estudado, mas já contamos com métodos que ajudam a evitar a infecção”, explica.
O zika é transmitido pela picada do mosquito Aedes Aegypti infectado, pela transfusão de sangue, por meio de relação sexual desprotegida e via transplacentária, ou seja, da mãe para o feto. No caso dos mosquitos, a melhor forma de se prevenir é evitando a picada, ficando atento a áreas de risco e usando roupas longas e repelentes indicados pelo médico especialista.
Homens também podem ser infectados e transmitir o zika para a parceira. Alguns estudos mostram que o vírus pode permanecer no sêmen por tempo maior que no sangue, logo, é importante que eles também tenham cuidado e realizem exames preventivos.
Para quem não quer a gravidez agora e se preocupa com a idade, a recomendação é procurar a alternativa de congelamento de óvulos. “Essa técnica tem se firmado como uma boa opção para quem deseja engravidar, mas deseja adiá-la, uma vez que, depois dos 35 anos, existe uma diminuição na chance de fecundação devido à perda gradativa e natural da quantidade e qualidade dos óvulos. Atualmente, o sucesso das fertilizações in vitro a partir de óvulos congelados já alcança uma taxa de 40%, desempenho quase semelhante aos procedimentos realizados com óvulos frescos”, afirma Geber.
Congresso
A campanha “Gravidez em tempos de zika” será lançada oficialmente no 20º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida, entre os dias 14 e 17 de setembro, em Belo Horizonte.
“O papel do médico é estar sempre bem informado para orientar o paciente ou a paciente da melhor maneira possível. Por isso, estamos nos organizando para debater e divulgar as melhores práticas para diagnóstico, tratamento e prevenção dos diferentes casos relacionados à infertilidade, inclusive às complicações decorrentes do zika vírus”, afirma Selmo Geber que preside esta edição do congresso.