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A versão mais agressiva da doença, segundo a ginecologista e obstetra Patricia de Rossi, do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, pode prejudicar o funcionamento dos órgãos internos, como intestino, bexiga, reto e ureter; além de infertilidade. “Nos casos mais leves, é possível a gravidez por meio de indução da ovulação e inseminação artificial. Nos mais graves, a melhor opção é a fertilização in vitro”, completa a médica.
Diretora técnica e científica do Genesis - Centro de Assistência em Reprodução Humana, a ginecologista e obstetra Hitomi Miura Nakagawa diz que não há causas definidas para a doença. Acredita-se, contudo, que as tenha correlação com deficiências no sistema imunológico e algum fundamento genético.
Fatores ambientais, como poluição, toxinas relacionadas a adubos químicos e venenos usados em dedetizações também estão entre as possíveis causas da doença. “Justamente por conta dos poluentes, uma em cada três mulheres em idade reprodutiva tem queixas de dor que pode ser endometriose profunda”, calcula a médica. A dor tende a progredir conforme a paciente avança em sua maturidade reprodutiva. Por isso, os tratamentos passam pela redução ou bloqueio do fluxo menstrual.O ciclo menstrual também acontece com o tecido que está fora do útero. Quando isso ocorre, assim como na menstruação, pode haver sangramento. O sangue fora do útero é tóxico para o organismo. A somatória de reação inflamatória e sangue pode fazer com que órgãos internos “grudem” uns nos outros — processo que, muitas vezes, exige intervenção cirúrgica para ser revertido. “Se interrompermos esse mecanismo com o bloqueio da menstruação, evitamos que o avanço da doença seja rápido”, conclui Hitomi Nakagawa. “Mas não há cura definitiva. Para mulheres que desejam engravidar, o ideal é seguir tratamentos de fertilização.”