Para ela, a sensualidade é a última coisa que passa pela cabeça enquanto está nas aulas, pois é necessário ter muita força e domínio do corpo para realizar qualquer exercício, sensual ou não. “Muita gente chega achando que vai ter uma luz vermelha, salto alto, mas não é assim. No começo as aulas são muito difíceis e, até pegar o jeito, é preciso dedicação”, avisa.
Andressa Nirvana, professora de pole dance há cinco anos, explica que os treinos exigem muito condicionamento físico e, por isso, o gasto calórico é alto: entre 400 e 600 calorias, de acordo com o objetivo da aula, que varia entre flexibilidade, força ou condicionamento cardiorrespiratório. Entre os benefícios que a modalidade proporciona, está o fortalecimento dos membros superiores.
Além disso, o atrito constante do corpo com a barra de ferro ajuda a diminuir as tão odiadas celulites, funcionando como se fosse uma drenagem linfática. Mas, para chegar lá, haja esforço físico. As barras verticais são escaladas o tempo todo e as acrobacias são realizadas de forma tão leve e sutil que encantam a quem assiste.
Juliana Zucoli, 19, é estudante de comunicação organizacional e começou a praticar pole dance ano passado. Apesar de, no início, ter tido dificuldade para realizar os exercícios, hoje, se dedica e fez da dança sua paixão. “Para mim, as aulas são como uma válvula de escape. Às vezes, estou muito estressada, mas chego aqui e consigo me esquecer completamente de tudo. Sem contar que gosto de ir me superando a cada dia.”
Os treinos mudam frequentemente de acordo com os níveis de dificuldade, e o dinamismo está sempre presente. Juliana teve o apoio dos pais e de amigos desde o princípio, mas o estereótipo e o preconceito de quem não tem conhecimento sobre a dança ainda é algo com que tem que lidar. “Sempre que comento com as pessoas que faço pole dance, elas associam a striptease, o que não tem nada a ver”, esclarece. Os benefícios, ela sente no corpo: muita força e resistência. Se antes não tinha fôlego nem para uma caminhada, agora dá piruetas apoiada em uma barra de ferro vertical.
Apesar de auxiliar na perda de gordura e no ganho de massa magra, as melhorias não são só físicas. A atividade prazerosa e estimulante ajuda a aumentar a autoestima e a autoconfiança. “A aula é um lugar para conhecer pessoas, divertir-se e melhorar o corpo.
Depois de se dedicar à profissão de bailarina, Kelly Ferro, 26, quis tentar algo novo que ajudasse no fortalecimento dos membros superiores. Há três anos, ela começou a praticar pole dance como um hobby. Em 2014, foi chamada para competir no Campeonato Brasileiro de Pole Dance e conquistou o quarto lugar. No ano passado, foi ainda melhor e conseguiu ficar em segundo. Agora, o objetivo é participar do Campeonato Mundial de Pole Dance.
Segundo a bailarina, o exercício pode ser desafiador no começo, mas a evolução é rápida e se torna uma motivação. “É uma atividade difícil, mas você nunca para de crescer. Dá para aprender inúmeros movimentos e isso é muito empolgante. Sou sempre desafiada nas aulas.” Ela e toda a família se orgulham de suas conquistas, mas existem pessoas que, muitas vezes, se confundem e não entendem que se trata de uma atividade fitness, que envolve muita técnica voltada para o corpo e não promove a vulgaridade.
Da mesma forma que muitos veem a suposta sensualidade da dança como algo ruim; outros, como um atrativo. “É muito comum as mulheres procurarem o pole com a intenção de aprender algo sensual, sexy, mas, quando elas começam a se envolver com a modalidade e percebem que vai além disso, se apaixonam”, comenta Andressa.
Quem pode fazer
Idade ou peso não são restrições. A prática é indicada para qualquer tipo de pessoa, exceto para aquelas que sofrem de hérnia de disco ou de labirintite, que devem evitar o exercício para prevenir pioras no quadro. É sempre importante procurar um profissional qualificado para orientar os movimentos, de acordo com os limites de cada um. Para as aulas, recomenda-se usar shorts curtos e tops para facilitar a sustentação e o atrito entre a barra de ferro e o corpo..