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Os cientistas fizeram a revisão de 174 artigos médicos que pesquisaram a associação entre exercícios físicos e redução de risco das cinco enfermidades. A análise revelou que os maiores ganhos são obtidos quando o nível semanal de atividade física alcança entre 3 mil e 4 mil MET por minuto. MET é a abreviação, em inglês, de equivalente metabólico da tarefa, medida usada para calcular com maior precisão o gasto calórico de uma tarefa, considerando a duração dela e o peso da pessoa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, no mínimo, 600 MET por minuto semanais para se gerar algum benefício. Corresponde, por exemplo, a 75 minutos de corrida ou 150 minutos de caminhada ligeira em sete dias. Contudo, isso parece muito pouco, segundo a meta-análise dos pesquisadores liderados por uma equipe da Universidade de Washington.
Não é preciso ser atleta para se chegar aos 3 mil MET por minuto por semana, tranquiliza o principal autor do trabalho, Mohammad H. Forouzanfar, pesquisador do Instituto de Avaliação e Medidas de Saúde da instituição de ensino norte-americana. “Se você acrescentar no seu dia a dia coisas como cuidar do jardim ou correr por 20 minutos, andar de bicicleta por 25 ou subir escadas durante 10 minutos, vai conseguir alcançar esse nível”, observa. Para saber o gasto calórico usando o MET como referência, deve-se multiplicar o equivalente metabólico da tarefa pelo peso corporal e a duração. Por exemplo: o MET de uma corrida leve (8km/h) é 9. Uma pessoa com 70kg que corre nessa intensidade por uma hora vai gastar 630 calorias.
Compensa
“É verdade que nossa análise demonstra que, comparado ao que preconiza a OMS, precisamos nos esforçar muito mais para termos uma redução de risco realmente grande”, diz Forouzanfar. “Mas são ganhos muito importantes e que valem esse esforço”, diz. De acordo com ele, comparado a um sedentário, um indivíduo cujo nível de atividade semanal é 600 MET por minutos tem risco 2% menor de desenvolver diabetes. Porém, se a intensidade é de 8 mil MET por minuto/semana, a redução é de 21%. “É interessante notar que, embora exija esforço, você não precisa se tornar um atleta. Se aumentar muito o nível de atividade semanal, o benefício à saúde em termos de redução de risco será mínimo”, observa o pesquisador. O estudo mostra que, de 9 mil a 12 mil MET por minuto/semana, o risco de diabetes cai em apenas mais 0,6%. “Não compensa”, diz Forouzanfar.
Para ele, o trabalho traz importantes implicações. “Em primeiro lugar, mostramos que o total de atividade tem de ser bem maior que o recomendado atualmente, se quisermos diminuir os riscos de câncer de mama e cólon, diabetes, doença cardíaca isquêmica e derrame. Segundo, por causa disso, ser mais ativo no trabalho, fazer mais atividades domésticas ou descer do metrô uma parada antes, coisas que são citadas em estudos como formas de ser mais ativo, realmente ajudam, mas não bastam para alcançarmos a faixa de nível necessária”, diz. De acordo com ele, futuros estudos do grupo vão se concentrar no detalhamento do total de atividade física necessária para os ganhos à saúde, conforme diferentes tipos de exercício. (PO)
Redução de riscos
Confira o efeito da prática regular de atividade física vigorosa
» Acidente vascular cerebral: 26%
» Doença cardíaca isquêmica: 25%
» Diabetes: 28%
» Câncer de mama: 14%
» Câncer de intestino: 21%