De acordo com a OMS, o nível de poluição considerado aceitável é de 10 microgramas por metro cúbico. No entanto, a meta vem sendo cumprida apenas por países mais ricos. Durante a 21ª Conferência do Clima (COP 21), os países latino-americanos concordaram com os compromissos de coibir as mudanças climáticas provocadas pela contaminação atmosférica. Dados da organização de saúde, obtidos por medições oficiais dos países e de registros de satélites, indicam que 80 mil mortes anuais em países da América Latina e Caribe têm relação com emissão de combustíveis fósseis.
Ela defendeu que os gestores das cidades se voltem para o controle da contaminação do ar, que contribui para doenças pulmonares obstrutivas crônicas, câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração e derrame. “Pouca gente tem ideia do peso que tem a contaminação do ar para doenças cardiovasculares. Por isso, a necessidade de baixar os níveis de contaminação para os propostos pela Organização Mundial de Saúde ”, disse.
“Muitos países ainda não têm controle da emissão dos veículos e da qualidade do combustível usado”, disse a especialista.
A médica citou como exemplo o Paraguai, que ainda discute a regulação do uso de diesel. No México, após grande esforço político, os país conseguiu atualizar a legislação num processo participativo, iniciativa que ajudou a melhorar os parâmetros de qualidade do ar.
“Mas tem sido dramático. A gente tem acompanhado do ponto de vista da saúde. Neste ano, até junho, só 20 dias foram considerados limpos. Não é simples conseguir ações para controlar o problema”, afirmou Agnes Soares sobre a situação mexicana. A capital do país, Cidade do México, por exemplo, figura como uma das cidades do mundo com maior número de automóveis e uma das com pior qualidade do ar. .