

A tendência de realizar as refeições em estabelecimentos comerciais, sobretudo fast-foods, levanta preocupações de que os indivíduos que optam por esse estilo de vida tenham uma dieta rica em energia, mas pobre em nutrientes, o que causa ganho de peso e risco aumentado para o diabetes tipo 2. Essa doença crônica, caracterizada pela ineficiência do organismo em aproveitar o hormônio insulina, resulta do excesso de peso e do sedentarismo. Para saber se a alimentação caseira altera os riscos de longo prazo de diabetes e obesidade, Qi Sun e colegas utilizaram um grande banco de dados sobre o estilo de vida de profissionais de saúde dos Estados Unidos.
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Crianças
Também hoje, pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, mostram, na revista Obesity Reviews, que a saúde das crianças sofre os impactos da rotina mais urbana e industrializada. Além de acompanharem os pais comendo fora de casa com frequência, os pequenos têm os hábitos alimentares moldados pela publicidade de bebidas e alimentos riscos em açúcar ou sal. Os pesquisadores examinaram 29 estudos sobre os efeitos da publicidade desse tipo de produto e, depois, analisaram as preferências dietéticas de mais de 6 mil crianças.
Segundo Behnam Sadeghirard, os hábitos alimentares dos pequenos foram influenciados logo após a exposição às peças publicitárias em filmes, revistas, embalagens com personagens cativantes e até videogames. Menores de 8 anos sofreram maior suscetibilidade em relação a prejuízos na quantidade e na qualidade de calorias consumida. É possível, acreditam os estudiosos, que eles associaram os produtos com características positivas que tentavam imitar.
“O aumento da prevalência de obesidade parece coincidir com aumentos no orçamento das indústrias de bebidas e alimentos para gastos com propaganda voltada para crianças e adolescentes, com dados mostrando alimentos ricos em energia e pobres em nutrientes, retendo a maioria dos produtos comercializados”, diz Bradley Johnston, coautor do estudo.